Resistência à eólica causa surpresa
10/01/2012O Globo
Pesquisa de juros da Associação Nacional dos executivos de Finanças (Anefac) divulgada hoje mostra que os juros das operações de crédito voltaram a subir em março, pelo terceiro mês consecutivo.
Nas operações de crédito para pessoa física, todas as seis linhas pesquisadas tiveram elevação no mês (juros do comércio, cartão de crédito, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras).
A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,03 ponto percentual no mês, correspondente a uma elevação de 0,41% no mês (0,59% em doze meses), passando de 7,25% ao mês (131,62% ao ano) em fevereiro, para 7,28% ao mês (132,39% ao ano), sendo esta a maior taxa de juros média neste segmento desde desde junho de 2007.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica também todas as linhas de crédito pesquisadas apresentaram elevação (capital de giro, desconto de duplicatas, desconto de cheques e conta garantida). A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma elevação de 0,03 ponto percentual no mês correspondente a uma elevação de 0,73% no mês (0,90% em doze meses), de 4,13% ao mês (62,52% ao ano) em fevereiro para 4,16% ao mês (63,08% ao ano). Trata-se da maior taxa de juros média dessas linhas em 12 meses.
De acordo com o coordenador da pesquisa e vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira, este fato pode ser atribuído a três fatores: aumento dos juros futuros por conta das incertezas externas provocadas pela crise dos empréstimos habitacionais nos EUA (sub-prime) e seus efeitos no crescimento econômico mundial, além das incertezas quanto à saúde da economia americana e seus reflexos nas demais economias; a paralisação das quedas da taxa básica de juros (Selic) e expectativa dos agentes econômicos quanto a eventuais elevações da mesma, pelo Banco Central por conta da elevação dos índices de inflação; o mercado interno aquecido que possibilita aos agentes financeiros elevações de suas taxas de juros em um mercado onde a demanda por crédito vem crescendo.
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