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20/04/2012O Globo: Com Selic menor, investidor pode ousar mais
22/04/2012A sexta queda consecutiva da taxa básica de juros (Selic), que chegou a 9% na última quarta-feira, deve impulsionar as ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) de empresas ligadas ao comércio, de acordo com informações de analistas. A queda dos juros, de 3,5 pontos percentuais desde agosto de 2011, deve prejudicar as ações dos bancos listadas na bolsa, já que a margem de lucro do sistema financeiro diminui com os juros mais baixos em curto prazo, completam os analistas.
De acordo com o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, toda a economia ganha com a queda dos juros, já que haverá um aumento do consumo em todos os setores. No entanto, ele ressalta que, imediatamente, são as ações de empresas do comércio que devem ter as maiores altas. Para quem quer investir em bolsa, pode ser o momento de aplicar em empresas desse grupo. “Quando há uma queda de juros, a economia começa a crescer imediatamente. As empresas do comércio são as maiores beneficiadas, pois com taxas menores os consumidores podem comprar mais”, comenta.
Clodoir Vieira, economista chefe da corretora Souza Barros, concorda que as ações do comércio varejista devem subir, porque o crédito fica mais barato para o consumidor e ele tende a consumir mais. As ações de empresas que atuam com construção civil também devem ter altas. “É um setor que precisa de capital intensivo, e como esse dinheiro estará mais barato o custo ficará menor, o que deve impulsionar o setor”, diz.
O professor de macroeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) também afirma que as empresas ligadas a bens de consumo duráveis, por exemplo, eletrodomésticos, automóveis e móveis, devem apresentar alta nos rendimentos. “A queda dos juros faz parte das medidas do governo para facilitar os empréstimos e ampliar vendas”, conta.
Os bancos devem ser os principais prejudicados com a queda dos juros e as ações do setor tendem a cair, mas não é preciso correr para vender ações. Os analistas dizem acreditar que o grupo tende a se recuperar em médio e longo prazos.”O sistema financeiro sofre em um primeiro momento, mas com o aumento das vendas no varejo o número de empréstimos também aumenta e vai compensar as perdas”, comenta Oliveira.Segundo ele, os bancos devem começar a sentir o efeito de novos empréstimos e controlar as perdas em cerca de cinco meses.
“As ações dos bancos devem demorar um pouco para se ajustar porque o mercado precisa entender de onde vão recuperar a rentabilidade perdida com a queda dos juros”, diz Vieira. Para Mori, apesar da perda imediata, o setor conseguirá retomar os lucros. “Os bancos podem compensar aumentando tarifas, como essa queda da taxa de juros já era esperada, com certeza eles já têm uma estratégia para continuar com altos rendimentos, ” completa.
Entenda
– A taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) órgão do Banco Central (BC), caiu pela sexta vez na última quarta-feira e chegou a 9%
– Com a queda da Selic, o comércio deve apresentar ganhos já que os juros baixos incentivam as compras e os financiamentos
– O impulso ao comércio deve fazer com que as ações do setor listadas na Bovespa apresentem altas
– Os bancos deverão ter os rendimentos diminuídos em um primeiro momento, devido a queda dos juros
– Os analistas acreditam que não é o momento para vender as ações de empresas do setor financeiro, pois o problema da rentabilidade deve ser resolvidos em cerca de cinco meses
http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201204221029_TRR_81115103