14º Congresso ANEFAC terá como palestrante Dra Vera Cordeiro
04/05/2012R7: Governo tenta tranquilizar antigos poupadores
04/05/2012Nova fórmula não deve tirar a atratividade da caderneta em comparação com fundos de renda fixa com taxas de administração superiores a 1%
A nova fórmula para o cálculo do rendimento da poupança – se a Selic chegar a 8,5% ao ano – ainda não deve tirar a atratividade da aplicação na comparação com fundos de renda fixa.
O que deve ocorrer é que o estreitamento dos rendimentos das aplicações, com a queda da taxa básica de juros (Selic) indicada pelo governo, vai obrigar o correntista a comparar as taxas de administração para garantir o melhor ganho no fim do mês.
Na simulação com a taxa Selic a 8,5% ao ano e a nova regra da poupança, a maioria dos fundos de renda fixa é atrativa com taxas de administração de até 1%, segundo levantamento da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Mas, com a queda geral da remuneração dos investimentos, será necessário comparar mais as características de cada aplicação. “Acima de tudo, vai começar a valer o prazo da aplicação com mais ou menos incidência de Imposto de Renda e também a taxa de administração”, diz Miguel de Oliveira, vice-presidente Anefac.
A fórmula elaborada pelo governo prevê que já com a Selic a 8,5% ao ano a “nova poupança” vai começar a render menos do que a poupança atual. Segundo cálculo do matemático José Dutra Vieira Sobrinho, também professor do Insper, o rendimento da poupança cairá dos atuais 6,53%para cerca de 5,95% ao ano. “Para os fundos de renda fixa, caso as taxas de administração sejam superiores a 1%, eles tenderão a perder na comparação com a poupança. Isso joga a pressão nos fundos para que eles reduzam as taxas de administração.”.
Segundo Oliveira, da Anefac, o momento para o investidor é de barganhar e pesquisar qual a melhor forma de investimento. “Se a taxa de administração for superior a 2%, o correntista deve negociar ou trocar de aplicação”, diz Oliveira. “É preciso pesquisar, ter paciência. Agora, a competição tende a ser maior.”
Também para ele, a nova fórmula para a poupança deve fazer com que os bancos acirrem a competição e, consequentemente, reduzam as taxas de administração dos seus fundos.
A recomendação do professor Samy Dana, da Fundação Getúlio Vargas, é que o correntista evite por enquanto as aplicações de renda fixa. Ele indica que o investidor coloque na ponta do lápis as novas tarifas e veja quais as vantagens de cada modalidade.
“O investidor precisa fazer as simulações e procurar entender os produtos financeiros. A gente passa uma revolução nessa mudança de taxa e cada vez vai ser mais difícil ganhar dinheiro fácil”, afirma. “A dica é a seguinte: não invista no que não saiba.”
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,fundo-com-taxa-alta-perde-da-poupanca-,868498,0.htm