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30/08/2012Zero Hora: Redução do juro básico chega ao consumidor
31/08/2012No período de um ano, rendimento de fundos de renda fixa caiu 28%. O da poupança, para quem aplica hoje, ficou 20% menor.
A queda dos juros mexe com o rendimento das aplicações financeiras e também com o valor das prestações dos empréstimos, mas de formas diferentes.
Só de brincadeira, dinheiro sai da cartola. Nas ruas do centro de São Paulo, os juros cobrados pelas financeiras para empréstimo pessoal chegam a 17% ao mês. Isso porque as taxas caíram.
“Eu percebi que deu uma baixada, fiz financiamento de um carro e senti que diminuiu um pouco”, diz uma mulher.
Os juros ao consumidor caíram bem menos do que a taxa Selic, determinada pelo Banco Central e usada como referência para economia. De julho de 2011 para julho deste ano, a Selic caiu de 12,5% para 8% ao ano: redução de 36%. No mesmo período, a taxa média de juros ao consumidor caiu apenas 10,5%, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).
De acordo com o levantamento, não houve mudança nas taxas do cartão de crédito. O cheque especial teve uma leve queda de 2,4%. A redução foi mais significativa nos juros cobrados no comércio, de 18%, e nos empréstimos, de 24%.
Mas por que o corte dos juros decidido em Brasília não chega na mesma medida a quem faz um financiamento?
O professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, William Eid, explica que a inadimplência é um dos motivos.
“Se ela sobe, quem empresta o dinheiro vai recuperar essa perda de quem está pagando. Quer dizer, quem paga, paga por ele e paga por quem não está pagando”.
Se na hora de fazer um financiamento ou tomar dinheiro emprestado, o brasileiro não sente o benefício imediato da queda de juros, na hora de aplicar o dinheiro, o investidor também não leva muita vantagem.
No período de um ano, o rendimento dos fundos de renda fixa caiu 28%. O da poupança, para quem aplica hoje, ficou 20% menor.
“Hoje quando você tem uma redução na taxa Selic, imediatamente essa redução se reflete na caderneta de poupança, porque ela rende 70% da taxa Selic mais a variação da TR, que está muito baixa, está quase zero”, aponta Eid.