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Rennan Setti
RIO — Quem precisa de dinheiro e não quer se aventurar em empréstimos com juros altos já pode solicitar ao banco a antecipação do 13º salário, mas especialistas advertem que o recurso precisa ser planejado e não é livre de riscos.
Como o 13º é um salário garantido por lei aos trabalhadores formais, o risco para as instituições financeiras ao antecipá-lo é muito baixo. Assim, os juros da modalidade acabam sendo mais baixos que os cobrados no empréstimo pessoal e no cheque especial, por exemplo. Os bancos cobram taxas mensais entre 2,28% e 3,19% na antecipação. Enquanto isso, de acordo com pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), os juros do cartão de crédito em julho eram de 10,69% ao mês; os do comércio, de 4,65%; do empréstimo por financeiras, de 7,92%.
Segundo Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo de estudos financeiros da Anefac, a antecipação é vantajosa para quem precisa quitar uma dívida, justamente porque as taxas de empréstimos e cartões são muito mais altas. Mas se o desejo é adquirir um bem (um móvel ou uma moto, por exemplo) ou pagar uma viagem de férias, o certo é pesquisar:
— Os bancos costumam oferecer linhas de Crédito Direto ao Consumidor (CDC) com taxas mais baixas que as cobradas nos empréstimos de adiantamento do 13º. Por isso, nesses casos, o CDC pode ser um negócio melhor e cabe ao consumidor comparar os juros para não perder dinheiro — esclarece Oliveira.
O economista observa que a antecipação não é aconselhável quando o dinheiro vai ser usado para investir. Ele lembra que o rendimento de fundos e da poupança é bem inferior aos juros da antecipação. Ou seja, quem fizer isso estará perdendo dinheiro.
Segundo Dora Ramos, diretora da empresa de contabilidade Fharos, o correntista deve estar atento ao efeito psicológico que um 13 º comprometido terá ao fim do ano:
— É do ser humano: o correntista ficará frustrado quando vir todos ganhando um salário extra e ele não. Por isso, o empréstimo deve ser feito com planejamento e disciplina. O dinheiro deve ser gasto na quitação de uma dívida, e uma parcela de renda mensal deve ser poupada ao longo do ano para servir de alternativa ao 13º que não estará na conta — afirmou a contadora, acrescentando que o recurso da antecipação é usado com mais frequência entre os trabalhadores de baixa renda.
O problema, observa Dora, é que a maior parte das pessoas que antecipa o 13º acaba não sabendo administrar o orçamento. Segundo ela, é comum o correntista buscar o financiamento para pagar apenas uma fatia da dívida que precisa ser quitada.
— O resultado disso é que o sujeito simplesmente perde o 13º salário e continua com a dívida a juros altos — analisa.
http://oglobo.globo.com/economia/bancos-ja-oferecem-antecipacao-de-13-mas-uso-deve-ser-planejado-alertam-especialistas-5919231#ixzz24qsV8NKQ