Jornal Nacional: Entenda por que benefício da queda dos juros não é sentido imediatamente
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03/09/2012Taxa Selic cai cinco pontos percentuais em um ano e queda para pessoa física é de 18,24 pontos
Caio Cigana
Ao anunciar na quarta-feira nova queda na Selic, o Banco Central (BC) completou um ano do início do ciclo de cortes do juro básico da economia. Desde 1º de setembro de 2011, a taxa caiu de 12,5% para 7,5% ao ano, tornando mais barato o crédito para pessoas físicas e empresas e ao mesmo tempo alterando os ganhos para quem investe em renda fixa.
Com a redução de cinco pontos percentuais na Selic, tanto a taxa administrada pelo BC quanto os juros ao consumidor chegaram aos níveis mais baixos da história, afirma o vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira.
– O balanço deste movimento é bom. Enquanto a Selic caiu cinco pontos percentuais, o juro médio ao consumidor teve queda de 18,24 pontos percentuais – observa Oliveira.
No período, os juros no comércio caíram 22,75 pontos e os empréstimos pessoais nos bancos, 21,3 pontos. A menor influência foi no cartão de crédito e no cheque especial, com redução, respectivamente, de 1,47 e 6,82 pontos percentuais, mostra a Anefac.
– Tecnicamente, não há explicação para não caírem mais. Mas são duas modalidades em que não há concorrência – avalia Oliveira.
Para as empresas, também houve benefícios. Neste ano, enquanto a Selic caiu três pontos percentuais, o juro para pessoa jurídica diminuiu seis.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou na quinta-feira que o Brasil está chegando a juros mais próximos do que considera taxas mais civilizadas para estimular o consumo e o investimento. Mas reclamou que, nos bancos privados, o corte ainda seria tímido:
– Esperamos que os bancos privados sigam a trajetória (dos públicos).
Em relação às aplicações, a redução da taxa básica de 8% para 7,5% torna o rendimento da poupança ainda mais atraente em relação à renda fixa, informa a Anefac. A caderneta não sofre tributação e tem ganho garantido por lei: TR mais 6,17% ao ano, ou TR mais 70% da Selic em depósitos feitos a partir de 4 de maio. Os fundos de renda fixa são tributados e há a taxa de administração cobrada pelos bancos.
MAIS EM CONTA
Confira a diferença no valor das prestações e no total pago por um bem ou crédito com a queda dos juros nos últimos 12 meses:
GELADEIRA
Preço à vista: R$ 1,5mil, financiada em 12 meses
Valor da parcela
Antes: R$ 175,98
Agora: R$ 165.54
Diferença: -R$ 10,44
Total pago
Antes: R$ 2.111,82
Agora: R$ 1.986,43
Diferença: -R$ 125,39
CHEQUE ESPECIAL
Utilização por 20 dias de R$1 mil
Valor dos juros
Antes: R$ 55,13
Agora: R$ 53,53
Diferença: -R$1,60
CARTÃO DE CRÉDITO ROTATIVO
Utilização por 30 dias de R$3 mil
Valor dos juros
Antes: R$ 320,70
Agora: R$ 319,50
Diferença: -R$1,20
EMPRÉSTIMO PESSOAL DE BANCOS
R$ 5 mil, financiado em 12 meses
Valor da parcela
Antes: R$ 553,68
Agora: R$ 518,33
Diferença: -R$ 35,35
Total pago
Antes: R$ 6.644,12
Agora: R$ 6.220,00
Diferença: -R$ 424,12
EMPRÉSTIMOS PESSOAL DE FINANCEIRAS
R$ 500, financiado em 12 meses
Valor da parcela
Antes: R$ 71,03
Agora: R$ 65,94
Diferença: -R$ 5,09
Total pago
Antes: R$ 852,31
Agora: R$ 792,23
Diferença: -R$ 61,08
FINANCIAMENTO DE AUTOMÓVEL
Compra de um veículo com preço à vista de R$ 25 mil, financiado em 60 meses
Valor da parcela
Antes: R$ 785,05
Agora: R$ 678,02
Diferença -R$ 107,02
Total pago:
Antes: R$ 47.102,70
Agora: R$ 40.681,36
Diferença: -R$ 6.421,34
ZERO HORA