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11/12/2012Folha de S. Paulo: Taxa de juros interrompe 4 meses de queda e sobe em novembro, diz Anefac
12/12/2012Levantamento mostra que apenas a taxa do cartão de crédito não subiu no mês passado
Publicado:11/12/12 – 12h13
Atualizado:11/12/12 – 12h51
SÃO PAULO – O movimento consecutivo de queda de juro em operações de crédito, verificado desde julho, foi interrompido em novembro, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executicos de Finanças (Anefac). O levantamento da Anefac apurou que das seis linhas de crédito pesquisadas, somente o rotativo do cartão de crédito manteve inalterada a sua taxa de juros. As demais linhas de crédito foram elevadas no mês. Na média, a taxa de juro para pessoa física ficou em 5,63% ao mês. No ano, a taxa média é de 92,95%, a maior desde setembro de 2012.
Os juros do comércio subiram de 4,10% em outubro para 4,30% em novembro. No ano, estão em 65,73%. No cheque especial, a taxa passou de 7,75% para 7,92% (o equivalente a 192,94% ao ano). O juro do empréstimo para financiamento de automóveis subiu de 1,49% para 1,64% (21,56% ao ano). Nos empréstimos pessoais em bancos, a taxa passou de 3,02% para 3,14% (44,92% ao ano) e nos empréstimos pessoais em financeiras saltou de 7,24% a 7,42% (136,06% ao ano).
Apenas no cartão de crédito a taxa de juro se manteve inalterada entre outubro e novembro. De acordo com a pesquisa da Anefac, o juro mensal ficou em 9,37% e o anual em 192,94%.
O vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, avalia que não existe explicação técnica para essa subida do juro. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) a taxa básica de juro (a Selic) não foi alterada e se manteve em 7,25% ao ano.
– Nossa expectativa era de que as taxas de juros das operações de crédito fossem reduzidas também no mês de novembro, seja pela manutenção da Selic como pela maior competição das instituições financeiras após os bancos públicos reduzirem suas taxas de juros. Mas isso não aconteceu – diz Miguel Ribeiro de Oliveira.
Ele lembra ainda que a taxa de inadimplência se manteve inalterada no período.
– E a tendência é de redução dos índices de inadimplência nos próximos meses, o que não justificaria uma elevação do juro – disse ele.
Considerando todas as reduções da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde julho do ano passado, houve uma redução de 5,25 pontos percentuais – de 12,5% para 7,25%. No mesmo período, a taxa de juro média para pessoa física apresentou uma redução de 28,26 pontos percentuais – de 121,21% ao ano em julho de 2011 para 92,95% ao ano em novembro deste ano.
Mesmo com esse repique dos juros, a expectativa da Anefac é de que as taxas de juros voltem a ser reduzidas nos próximos meses por conta da melhora da economia, pela maior competição no sistema financeiro e com a expectativa de redução dos índices de inadimplência.
Veja como ficaram as taxas de juro em novembro:
Juro do comércio – 4,30% (65,73% ao ano)
Cartão de crédito – 9,37% (192,94% ao ano)
Cheque especial – 7,92% (149,59% ao ano)
Crédito para financiamento de veículos – 1,64% (21,56% ao ano)
Empréstimo pessoal em bancos – 3,14% (44,92% ao ano)
Empréstimo pessoal em financeiras – 7,42% (136,06% ao ano)