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21/12/2012Rádio CBN: Tendência de juros é de queda, mas taxas andam altíssimas para o consumidor
26/12/2012Pesquisa feita em seis estados e Distrito Federal mostra que Rio tem a maior taxa e SP, a menor
Na análise por setor, quem parcela produtos de decoração paga mais caro
JOÃO SORIMA NETO
Publicado:17/12/12 – 8h04
SÃO PAULO — Os consumidores do Rio de Janeiro que forem fazer compras parceladas para este Natal vão pagar juros maiores do que os moradores de outros estados. Uma pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) mostrou que Rio de Janeiro, ao lado do Rio Grande do Sul, tem a maior taxa média mensal de juro no comércio: 4,46%. Ou seja, quem decidir parcelar o presente em 12 vezes nesses dois estados vai pagar juro de 68,81% no final do crediário. Já São Paulo tem as menores taxas de juros, 3,98% ao mês ou 59,73% ao ano.
No ranking, que incluiu seis estados e a capital federal, entraram também os estados de Minas Gerais e Paraná, ambos com taxa mensal de 4,35% e Santa Catarina, com 4,32% e, Brasília, onde os juros são de 4,21% ao mês.
Por setor, a pesquisa mostrou que na média dos estados quem compra artigos de decoração em prestações paga taxa de juro de 6,05% ao mês, o maior entre nove setores pesquisados. Em seguida, estão os artigos de ginástica (6,38% de juro ao mês); artigos do lar (5,93%); artigos importados (4,97%); eletreletrônicos (4,22%); informática (3,87%); celulares (3,58%); viagens em agências de turismo (3,13%); veículos (1,64%).
A pesquisa também detectou que entre outubro e novembro houve um movimento de alta do juro em todos os estados.
— Com o aumento da demanda de compras nesta época do ano, as lojas aproveitam para subir o juro. Além disso, o nível de inadimplência nesse segmento é mais alto que a média geral: fica em 12,9% contra 7,9% na média, incluindo o setor bancário, o que também explica esse movimento preventivo por parte do comércio — explica Miguel Ribeiro de Oliveira, coordenador da pesquisa.
Em novembro, o juro médio para pessoa física calculada pela Anefac, incluindo cinco modalidades de crédito, como cheque especial, empréstimo em bancos e financeiras, crédito para veículos e o próprio crediário do comércio, também teve um soluço: após quatro quedas consecutivas, a taxa média subiu de 5,50% em outubro para 5,63%.
Mas, para Ribeiro de Oliveira, a tendência dos juros nas operações de crédito, inclusive no crediário de lojas, é de queda.
— Mesmo com esse repique em novembro, as taxas de juro estão nos menores níveis históricos. A alta de novembro não anulou as quedas anteriores verificadas durante este ano — avalia.
A pesquisa também mapeou que o consumidor leva vantagem ao comprar nas grandes redes. Nesses estabelecimentos, a taxa de juro é de 2,36% ao mês. Já nas redes de médio porte, o juro cobrado é de 4,42% ao mês, enquanto nos pequenos estabelecimentos a taxa é de 5,05%.
O assessor econômico da Federação do Comércio de São Paulo(Fecomércio-SP), Altamiro Carvalho, não vê justificativa para essa alta do juros. Segundo ele, o volume de crédito na economia está crescendo este ano a uma taxa entre 5% e 6%, compatível com o crescimento real das vendas. O especialista considera que o crédito à pessoa física deve chegar a R$ 580 bilhões este ano.
— Todo o sistema financeiro foi reticente em baixar os juros no início do ano, após o movimento feito pelos bancos públicos. Mas a partir de março, abril houve uma redução generalizada e a tendência é que ela seja mantida. Os dados do Banco Central apontam essa tendência — diz Carvalho.