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27/02/2013Por Jacilio Saraiva | Para o Valor, de São Paulo
Sites de vendas de passagens aéreas e hospedagem estão investindo em versões para celulares, contratação de pessoal e programas de vantagens para os internautas. Para especialistas em turismo on-line, as pequenas e médias empresas devem concentrar-se em oferecer um atendimento diferenciado, para atrair mais clientes e enfrentar os gigantes do setor, como o Decolar.com, Submarino Viagens e o ViajaNet. As compras virtuais de viagens e diárias em hotéis movimentam R$ 13 bilhões ao ano.
Lançada no início de 2013, a AldeiaBrasil.com, empresa on-line de viagens e serviços turísticos com 30 funcionários, recebeu um investimento-anjo de R$ 3 milhões para sair do papel. O objetivo é faturar R$ 48 milhões e laçar 100 mil clientes no primeiro ano de atuação, segundo o CEO Rubens Yoshida, que já atuou no Passaporte Brasil, do mesmo setor.
Segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em 2011, 59 milhões de brasileiros fizeram ao menos uma viagem doméstica e 90% dos turistas não usaram agências tradicionais para programar os roteiros. “Com a internet, é possível pesquisar, sem intermédio de terceiros, hospedagens e passagens, e ainda encontrar preços mais acessíveis”, diz Yoshida. “Entre os acessos diários ao site, prevemos uma taxa de conversão de vendas de 2% a 3%.”
O valor do tíquete médio para o turismo nacional varia de R$ 480 a R$ 600, de acordo com o executivo. O maior polo emissor e a maior concentração de internautas estão na região Sudeste. “Nossos principais volumes de venda deverão sair de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.”
Este ano, o AldeiaBrasil deve investir cerca de R$ 15 milhões no desenvolvimento de uma plataforma de e-commerce e na divulgação dos serviços. O valor representa 25% do faturamento estimado em um ano.
Para angariar mais clientes, vai criar uma versão do site para celulares e um programa de fidelidade, com acúmulo de pontos, para a realização de futuras compras. “O aumento de negócios deve acontecer por conta do crescimento do poder aquisitivo da classe C, mudanças de hábito de consumo no setor de turismo, com mais consultas on-line, e com a realização dos eventos esportivos no país, como a Copa das Confederações, Copa do Mundo e a Olimpíada.”
Para Richard Svartman, CEO do Mundi, site comparador de preços de passagens aéreas e de diárias de hotéis que recebe mais de cinco milhões de visitantes ao mês, o consumidor brasileiro está mais consciente na hora de fazer compras pelo computador. “Os usuários estão cada vez mais atentos aos preços e procuram as boas oportunidades”, diz.
O Mundi tem 44 funcionários e viu seu faturamento crescer cerca de 60% em 2012, em relação a 2011. 20% do faturamento são reinvestidos na empresa. “Esperamos um aumento de 65% dos negócios em 2013”, diz Svartman, sem revelar números.
Segundo o empresário, a procura de viagens nas férias de janeiro de 2013 teve um salto de 35%, ante o mesmo período do ano passado. Em relação ao Carnaval, o aumento esperado é de 45%, ante 2012.
“Dois em cada três usuários do Mundi estão em busca de viagens de lazer”, diz. 57% dos visitantes são mulheres e a maioria tem de 20 a 40 anos de idade.
Os Estados com maior participação nas pesquisas do site são São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Pernambuco. “As ações de sustentação para o nosso crescimento incluem o aumento do número de servidores e mais contratações em 2013.”
O endereço eletrônico tem mais de 50 mil destinos e 700 companhias aéreas cadastradas, em todo o mundo.
Segundo Maurício Salvador, co-autor do livro Como Abrir Uma Loja Virtual de Sucesso (Editora Boccato, 151 págs.) e sócio da consultoria GS&Virtual, especializada em comércio eletrônico, os pequenos e médios sites de turismo podem se destacar da concorrência por meio do conteúdo e do atendimento oferecidos. “Já existem comparadores de preços de passagens e de hotéis”, afirma. “As empresas precisam trabalhar como consultorias de viagens, com agentes de turismo que analisam destinos e sugestões de hotéis. Os turistas não querem simplesmente o menor preço por um pacote, mas a comodidade de ter alguém que os ajudem a tomar as decisões certas.”
Os três sites líderes de popularidade no segmento de turismo on-line são o Decolar.com, o Submarino Viagens e o Viajanet, segundo a empresa de métricas da internet Experian Hitwise. Em outubro, a Expedia, considerada a maior agência de viagens on-line do mundo, com operações em 30 países, lançou no Brasil sua versão local, com promessas de descontos agressivos.
Ao lado dos concorrentes de menor porte, eles disputam um mercado que faturou R$ 13 bilhões em 2012, de acordo com dados da Braspag, empresa de plataformas de pagamento para o comércio eletrônico. O montante foi 20% maior que o obtido no ano anterior.
Para Salvador, um dos principais erros de gestão cometidos pelos websites de viagens é se concentrar apenas na briga pelo melhor preço. “As margens, que já são baixas no setor, praticamente somem”, diz. “Outra falha frequente é não investir em conteúdos especializados e utilizar somente material de terceiros. Ao gerar informações próprias, o site se posiciona melhor nos resultados dos buscadores on-line e acaba atraindo mais tráfego, com menos custo.”
O Viajanet, um dos líderes do mercado, tinha 50 funcionários em 2010. Hoje, são 400 empregados e o faturamento passou de R$ 55 milhões para R$ 400 milhões, no período. Os sócios-fundadores, Bob Rossato e Alex Todres, se conheceram na argentina Decolar.com, outra gigante do ramo no Brasil. Saíram da empresa para montar a agência Panamericano Viagens, do banco Panamericano mas, logo depois, criaram o próprio negócio.
“Estamos investindo em novas parcerias, com empresas de hotelaria e operadoras de turismo, além de tecnologia e contratação de profissionais do mercado”, ensina Rossato. A expectativa de aumento de negócios por conta do Carnaval é de 40%. Para acelerar o desenvolvimento de uma nova plataforma para o portal, contrataram o executivo Pablo Vega, ex-diretor de TI do E-Dreams, uma das maiores agências de viagens on-line da Europa.
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