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26/03/2013DE SÃO PAULO
Se num primeiro momento encontrar todos os móveis à mão ajuda quem precisa se mudar, na hora de sair do imóvel podem surgir alguns problemas caso não haja consenso entre locador e locatário a respeito do estado da mobília.
O proprietário pode alegar falta de cuidado com os móveis, e o inquilino discordar. E se o dono afirmar que o espelho do banheiro não estava rachado no início da locação, e o morador disser que sim? A solução é conversar e buscar um acordo.
Para evitar uma saída desgastante e morosa (na Justiça), a advogada Katia Millan, especializada em direito imobiliário, diz que o essencial é deixar claro o estado de cada um dos itens antes de fechar o contrato.
Para isso, é importante tirar fotos dos móveis e elaborar um laudo descritivo simples, para anexá-lo ao contrato de locação. Nele, os negociantes têm de especificar os móveis disponíveis e o estado de conservação de cada um deles.
“Com esse acordo, a chance de confusão no futuro diminui muito”, diz Millan.
A gerente de locação da imobiliária Lello Imóveis, Solange de Paula Oliva, acrescenta que a negociação sobre os itens a constar do contrato é livre entre as partes, e a iniciativa pode partir tanto do proprietário quanto de quem busca o imóvel.
Ela diz que vale apontar até regras detalhadas, como se manchar o tapete, o locatário terá de comprar outro. Se houver discordância, negocie. “Ninguém deve assinar nada se não concordar.”
DESGASTE
Para Oliva, a locação de imóveis mobiliados envolve mais riscos que as tradicionais, exatamente em razão da maior quantidade de itens que podem gerar discussão.
Como vantagem dessa modalidade de aluguel, locatários apontam maior sensação de liberdade em relação a morar em um flat, segundo a gerente da Lello.
Outro motivo é que não precisam se preocupar em comprar móveis novos, algo muito útil para estrangeiros (leia “[aqui]”: ).
A personal trainer Jaqueline Dutra, 24, procura um imóvel para alugar e quer que seja um mobiliado. Diz estar disposta a pagar R$ 1.500 por ele, mesmo que ache um sem móveis por R$ 1.300 mensais.
Mas encontrar um apartamento mobiliado não é fácil. Apesar de a oferta estar crescendo e ser possível contar com a internet na busca, é mais comum ver opções de um apartamento “mobiliado” que venha apenas com armário embutido do que um com todos os objetos.
Foi o caso do estudante de medicina Bruno Butturi Varone, 22. Ele mudou de Alphaville para São Paulo para fazer faculdade. Como ia morar com dois amigos, achou mais prático buscar um lugar com a mobília instalada.
“Encontrei o que queria em Pinheiros (zona oeste). A maioria dos apartamentos que visitei vinha apenas com armário embutido. Esse veio com tudo.”
BATE-PRONTO
A principal vantagem apontada por Varone foi a facilidade em mudar-se. Ele conta que pegou as chaves do apartamento numa sexta-feira e no sábado já se estava na casa nova.
Alugar um imóvel mobiliado também pode ser uma boa saída para quem não quer contratos longos. Para a psicóloga Vanise Morgado, 40, foi a solução ideal.
Como ia reformar o apartamento em que morava, precisava se mudar para outro até a conclusão das obras.
Mas havia um problema. Queria alugar um imóvel menor do que o seu, só que a mobília não caberia. Para não se preocupar com isso, procurou um mobiliado, onde ficou por cinco meses, e guardou os móveis do apartamento antigo em um serviço de guarda-móveis. (Daniel Vasques)