Valor Econômico: Porto Maravilha atrai projeto de R$ 3,5 bi
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31/07/2013Se aprovado, empreendimento contará com shopping center, hotéis, torres corporativas de alto padrão e área residencial
- · Com o anúncio, o Porto Maravilha dobra número de apartamentos destinados à residência fixa. Valor Geral de Venda do complexo deve bater os R$ 8 bilhões
SÉRGIO VIEIRA
RIO – Pelos próximos oito anos, cerca de R$ 3,5 bilhões serão investidos em área de 100 mil metros quadrados no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Isso se o projeto apresentado pelo Grupo Porto Cidade à Caixa Econômica Federal for aprovado. Formado pela Westfield, empresa responsável pelos principais projetos da Olímpiada de Londres; a Related, que desenvolve o maior complexo multiuso dos Estados Unidos e a BNCORP, empresa do Grupo Bueno Netto, o Grupo pretende construir um megacomplexo com shopping center, torres corporativas de alto padrão, hotéis e empreendimento residencial na região. Ao todo, os seis arranha-céus vão bater Valor Geral de Vendas (VGV) em quase R$ 8 bilhões e terão área construída superior a que terá quase 1 milhão de metros quadrados.
Procurávamos oportunidades no Rio e o Porto Maravilha se encaixou pois, além de ser uma extensão do Centro da cidade, está sendo beneficiado pela infraestrutura nova. O complexo ficará na convergência de todos os modais, incluindo o VLT. É uma região que antes não era viável porque nao era efetivamente integrada – afirma Daniel Citron, presidente da Related Brasil.
A construção do complexo será dividida em cinco fases e começará a ser erguido a partir do segundo trimestre de 2014 com conclusão prevista para 2022. Na primeira etapa de construção, a obra empregará 1,7 mil pessoas. Pronta, a área terá 8 mil residentes, 36 mil postos de trabalho – dos quais 6 mil no shopping – e atrairá, segundo a previsão das companhias envolvidas com o projeto, mais de 18 milhões de visitantes por ano. Para garantir que o impacto seja minimizado, André de Marchi, responsável pela holding de investimento da Bueno Netto, afirma que todos os estudos de mitigação estão sendo realizados.
O primeiro estágio, que deve durar 40 meses, será a construção do Porto Cidade Shopping, considerado o espaço âncora de todo o complexo multiuso. Em seus 80 mil m² estarão cerca de 60 restaurantes e lanchonetes, 16 salas de cinema, 400 lojas – incluindo marcas internacionais inéditas no Brasil que já mostraram interesse em negociar espaços. As torres comerciais somarão 230 mil m² de área privativa, com certificação LEED e padrão triplo A.
– Quando se fala em Rio, o Porto Maravilha é um vetor natural de crescimento da cidade tanto se pensarmos no mercado corporativo quanto nas possibilidades residenciais – ressalta Ricardo Antoneli, presidente da BNCorp.
Segundo projeto residencial da região
Com a chegada do complexo, diminui parte da preocupação da prefeitura com relação à parcela fixa residente no Porto Maravilha. Embora a proporção de apartamentos e salas comerciais ainda não tenha sido divulgada, é sabido que há apenas um empreendimento residencial oficialmente confirmado. Até o momento o Porto Vida, com 1.300 unidades, nas cercanias da Avenida Francisco Bicalho reina só em todo o Porto Maravilha. O Porto Cidade, por sua vez, deve ser o segundo projeto com setor residencial a ser anunciado: terá edificações com 30 pavimentos, totalizando 1.340 apartamentos.
Embora também conte com hotéis destinados à turistas, boa porcentagem dos apartamentos das torres hoteleiras será realocada para residência fixa. Ao todo, a área contará com flat residencial contendo 468 suítes hoteleiras, 534 apartamentos para locação e 104Branded Residences. Segundo o Grupo Porto Cidade, todo o complexo vai atender as exigências dos mais altos padrões de programas de certificações ambientais.
– A grande preocupação do grupo foi criar vida fora do horário comercial, trazer movimento à noite para tirar a cara de cidade fantasma fora do horário comercial e nos finais de semana. Queremos criar destino, tornar o Porto Maravilha um bairro de circulação – reitera André.
Em entrevista recente ao GLOBO, o superintendente nacional de Fundos de Investimentos Especiais da Caixa Econômica Federal, Cassio Viana de Jesus, afirmou que o banco está prestes a aprovar três novos projetos residenciais na Zona Portuária. Administrador do fundo imobiliário que detém os Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), a instituição pretende fechar o negócio nas próximas “semanas ou meses”.
Para o Porto Cidade, a resposta da Caixa é esperada em até três semanas. Segundo Ricardo Antoneli, as companhias trabalham há quase um ano no projeto e o entregaram ao Caixa Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha há cerca de 30 dias.
Procurada, a Caixa informou que não fechou as negociações já que recebeu propostas de outros grupos. Além do terreno de 100 mil metros quadrados, o Caixa Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha possui os Cepacs que possibilitam aumentar o potencial construtivo da área.
De acordo com o projeto do Porto Maravilha, haverá intervenções urbanas em uma área de 5 milhões de metros quadrados, que tem como limites as Avenidas Presidente Vargas, Rodrigues Alves, Rio Branco, e Francisco Bicalho. Após o término das obras, a prefeitura do Rio de Janeiro prevê um aumento da população de 22 mil para 100 mil habitantes em dez anos, alta de 50% na capacidade de fluxo de tráfego e um salto de 2,46% para 10,96% na área verde da região.
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