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08/10/201527/03/2015 | TRANSPORTE AÉREO
Setor aéreo discute formação de mão de obra especializada
Conforme a Abear, devem ser criados mais de 600 mil novos postos de trabalho até 2020
Foto: Luiz Perez/Cenipa
A qualificação de mão de obra é um dos principais desafios enfrentados pelo setor aéreo no mundo. Isso decorre do crescimento acelerado da demanda e da necessidade de formação especializada para a operação aeroportuária e aeronáutica. Somente no Brasil, a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) estima que sejam criados 670 mil novos postos de trabalho até 2020 e que, com isso, o setor passe a empregar 1,9 milhão de pessoas.
Conforme o presidente da CFly, empresa de gestão de aeronaves e consultoria, Francisco Lyra, o Brasil tem que superar obstáculos nos aspectos quantitativo, qualitativo e econômico. “A elevação da frota brasileira – que hoje, na aviação geral, é a segunda maior do mundo, com 14 mil aeronaves – impõe dobrar a quantidade de profissionais formados a cada cinco ou dez anos”, diz. Para ele, a atual crise econômica é uma oportunidade para acelerar a solução desse gargalo. Qualitativamente, Lyra defende a importância de modernização dos currículos. Já na questão econômica, destaca que “a formação tem que caber no bolso do aluno”. Além disso, salienta a importância de se investir em pesquisa e registro de patentes.
Uma das iniciativas em desenvolvimento pela CFly é a Universidade do Ar. A proposta é criar um aeroporto/escola que permita treinamento prático. O projeto deve ser executado em parceria com outras instituições de ensino e inclui o desenvolvimento de um estudo para identificar qual é a demanda por diferentes profissionais. Entre os parceiros da iniciativa está a Embry-Riddle, maior universidade especializada em formação voltada para atividade aeroespacial e de aviação no mundo.
O superintendente de Navegação Aérea da SAC (Secretaria de Aviação Civil), Juliano Noman, diz que a necessidade de acelerar a qualificação em todas as regiões do país é uma preocupação do governo federal. Segundo ele, é necessário cobrir o deficit que existe de aeronautas, nas carreiras de infraestrutura aeroportuária, aeronáutica, navegação aérea, aeronavegabilidade (com formação de mecânicos, por exemplo), edificações, indústria de manufatura, pesquisa e desenvolvimento.
De acordo com Noman, a pasta desenvolve, desde 2012, o Programa Treinar, voltado especialmente à aviação regional. Desde então, 1,3 mil pessoas receberam treinamento em 160 aeroportos. As atividades beneficiadas foram de bombeiros de aeroportos, gestores, manutenção, operações aeroportuárias e fiscais de pátio.
O Executivo atua, ainda, em outras frentes. Uma delas é o INCT (Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia), que fomenta linhas de pesquisa na área de controle e gerenciamento de tráfego aéreo. Outra é a oferta de cursos técnicos, por meio do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e de uma parceria com o Sest Senat, credenciado junto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), para atuar como centro de instrução de aviação civil. Conforme Noman, a presença de unidades do sistema em todo o país deve garantir maior capilaridade na oferta de cursos para o setor. Além disso, foi criada a Bolsa Piloto, com o objetivo de permitir que jovens de baixa renda possam se tornar pilotos na aviação privada e comercial.
A formação de recursos humanos foi um dos temas discutidos durante a Airport Infra Expo 2015, que reuniu representantes da indústria da aviação civil em Brasília (DF), nos dias 24 e 25 de março.
Natália Pianegonda
Agência CNT de Notícias