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01/08/2018
Por Giovanna Wolf Tadini* – O Estado de S. Paulo
Facebook e Instagram têm, a partir desta quarta-feira, 1, novas ferramentas para o usuário controlar o seu tempo nas redes
O Facebook lançou ontem um conjunto de funções para ajudar os usuários a controlar o tempo gasto na rede social. Disponíveis também no Instagram, as ferramentas permitem que qualquer pessoa veja quanto tempo gastou navegando nos aplicativos nos últimos sete dias, controlem suas notificações e até estabeleçam um limite do “tempo ideal” a ser dedicado às duas plataformas.
“O tempo que as pessoas passam no Instagram e no Facebook deve ser positivo, inspirador e com propósito”, disse a empresa de Mark Zuckerberg, em nota, acrescentando que as funções foram criadas com auxílio de especialistas em saúde mental. Nos últimos meses, as duas redes tem sido alvo de críticas por pesquisadores. O uso excessivo, dizem estudos, pode acarretar danos à cognição e ao bem-estar do usuário.
Para quem ficou curioso, é possível acionar as novas funções no botão de configurações, tanto no Facebook quanto no Instagram. Agora, na página “Sua atividade” no Instagram e “Tempo no Facebook” na outra rede, estarão listadas as três ferramentas.
O Facebook não está sozinho ao se preocupar com a saúde mental de seus consumidores: recentemente, Apple e Google também anunciaram que terão uma série de recursos em seus sistemas operacionais – iOS e Android – para desestimular o uso contumaz de celulares.
Para Edney Souza, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), a nova medida é mais do que apenas uma preocupação genuína do Facebook – é também uma estratégia de sobrevivência da companhia. “Se os usuários não estiverem bem e com predisposição para comprar, porque as redes geram culpa ou mal estar, a plataforma não consegue reverter acessos em compras para seus anunciantes”, diz.
Além disso, diz Souza, mostrar preocupação com os usuários é uma forma do Facebook se antecipar à regulamentação. É uma estratégia que convém à empresa, já que ela é investigada nos EUA em casos como a influência de notícias falsas nas eleições americanas de 2016 e o escândalo Cambridge Analytica. Na semana passada, ao anunciar previsão de lucro menor para “limpar a casa”, a rede social desapontou o mercado e perdeu US$ 120 bilhões em valor na Bolsa.
Para o psiquiatra Cirilo Tissot, especialista em compulsão, as novas funções “dão ao usuário a possibilidade de refletir sobre seu comportamento nas redes”. Ele alerta, porém, que as funções só resolvem o problema de quem busca controle. “Quando alguém fica doente por causa do vício, essas soluções não funcionam pois se perde o poder de escolha.”
*é estagiária, sob supervisão do repórter Bruno Capelas
Clique aqui e leia o original no Estadão.