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25/10/2018Mogi News – 25/10/2018
Psiquiatra revela que assunto ainda é tabu no país, principalmente entre médicos.
A cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida; são quase 800 mil pessoas por ano em todo o mundo. O suicídio é a segunda maior causa das mortes entre pessoas de 15 e 29 anos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). O organismo internacional o considera um problema de saúde pública e recomenda que os países identifiquem quais são os principais métodos para atentar contra a própria vida, para buscar meios de prevenção. Na região, somente nesta semana, ocorreram duas tentativas e um ato consumado de suicídio com jovens entre 13 e 20 anos.
Uma maneira de prevenção é o diálogo, segundo o psiquiatra Cirilo Tissot “Deve-se tirar os mitos. Se a pessoa falou que vai se matar e ninguém fizer nada, provavelmente ele vai se matar. Muito embora, não seja isso que ela de fato quer; pois na verdade quer apenas tirar uma dor”, explicou.
O especialista contou que o trabalho do Centro de Valorização à Vida (CVV) é de extrema importância. Ele ainda aponta que os médicos devem montar mais atendimentos para esses casos.
A coordenadora do Centro de Valorização da Vida (CVV) de Mogi, Ivone Aparecida da Silva, comentou que é preciso se atentar às alterações de comportamento. “Identificado essa mudança, é preciso tentar ter uma conversa sem julgamentos, compreender o que está acontecendo e, depois, buscar um psicólogo, onde, talvez, encaminhe para um psiquiatra”, explicou.
A coordenadora realiza diversas palestras na região e percebeu que em cidades como Biritiba Mirim, zona agrícola e sem atividades para jovens, a falta de perspectiva pode ser um agravante. “A região em que a pessoa vive também potencializa o suicídio. Lá em Biritiba, a perspectiva de vida é menor para os jovens, pois lá não possui esporte nem oportunidades em outros setores”, lamentou ela, corroborando com uma pesquisa da OMS que aponta que a maioria das ocorrências acontecem em zonas rurais ou agrícolas.
Já para Tissot, o suicídio acontece em todas as idades e que deve-se considerar uma série de fatores para caracterizar um potencial suicida. “Tudo aquilo que leva a pessoa não se sentir inserida no contexto social, problemas social-econômico, ou seja, situações que a fazem se sentir marginalizada”, explicou.
CVV
O Centro de Valorização da Vida (CVV) presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção para todas as pessoas que queiram e precisem conversar, sob total sigilo e anonimato. O número do CVV é 188 e o atendimento é 24 horas e sem custo, ou pelo 141 nos Estados da Bahia, Maranhão, Pará e Paraná, ou pelo site www.cvv.org.br.
*Texto supervisionado pelo editor.
Tissot: “É preciso tirar os mitos do assunto”
Itaquá tem duas tentavitas
Nesta semana ocorreram dois casos de tentativa de suicídio e um caso em que a vítima morreu na região do Alto Tietê
Nesta semana ocorreram dois casos de tentativa de suicídio e um caso em que a vítima morreu na região do Alto Tietê. Na estrada Santa Isabel, em Itaquaquecetuba, os policiais militares impediram que uma criança de 13 anos tirasse a própria vida. O menino contou aos policiais que na escola em que estuda há outros casos de crianças com tendência ao suicídio. O menor foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Santa Marcelina. O Conselho Tutelar também foi acionado pelo militares.
Outro caso em que a polícia salvou uma vida ocorreu na tarde de segunda-feira, no viaduto da rodovia Ayrton Senna (SP-70). Um jovem de 20 anos tentou tirar a própria vida, mas os militares chegaram ao local e conseguiram impedir a ação.
Um dos militares que participou do salvamento, o cabo Ferreira, do 35º Batalhão de Itaquá, contou que a operação exigiu muita cautela. “Estacionei a viatura a uns 15 metros do garoto para que não percebesse minha chegada. Enquanto outra policial conversava com ele, percebi que era seguro, então, fiz a investida enquanto estava distraído”, relembrou o policial. Em seguida, o resgate foi acionado para conduzi-lo ao Pronto Socorro Santa Marcelina para cuidados médicos. (N.F.)
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