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‘Foi um horror o que eu passei e jamais esquecerei’, diz paisagista espancada durante quatro horas
Elaine Caparroz agradeceu ao carinho que recebeu após o caso e chamou atenção para o cambate da violência contra a mulher
O Globo
24/02/2019
RIO — A paisagista Elaine Caparroz, de 55 anos, que foi espancada durante quatro horas, agradeceu o carinho que recebeu em uma postagem feita neste sábado em uma rede social. No texto, ela descreve o horror vivido que ela jamais esquecerá. Caparroz, que deixou o hospital na sexta-feira após uma semana internada, aproveitou para chamar a atenção sobre as estatísticas de violência contra a mulher no Brasil. “O Brasil é o 5º lugar no mundo no ranking de feminicídios, segundo mapa da violência de 2015. Vamos juntos fazer o possível para combater a violência contra a mulher!”, defendeu ela.
Confira a postagem
“Hoje quero agradecer por todo carinho que recebi! Foram milhares de mensagens de apoio, e essa energia me encheu de força e esperança!
Foi um horror o que eu passei e jamais esquecerei. Mas o que importa é que o meu caso gerou comoção geral, as pessoas ficaram muito impressionadas e querem justiça pois revoltou tamanha brutalidade.
Fui agredida por várias horas seguidas, o que demonstra intensa crueldade e a intenção dele de matar, só não o fez porque eu obtive socorro, ou seja por uma circunstância que não dependeu da vontade dele! Apesar dos meus gritos de socorro ele não titubeou e prosseguiu com o espancamento.
O Brasil é o 5º lugar no mundo no ranking de feminicídios, segundo mapa da violência de 2015. Vamos juntos fazer o possível para combater a violência contra a mulher!
“NEM UMA A MENOS” Deve ser a bandeira de toda sociedade que precisa agir diante dessas ocorrências! MPD Movimento do Ministério Público democrático, obrigada!
Elaine deixou hospital na sexta-feira
A paisagista Elaine Caparroz, de 55 anos, recebeu alta na manhã de sexta-feira após ficar sete dias internada no Hospital Casa de Portugal, no Rio Comprido, Zona Norte. A mulher foi espancada durante cerca de quatro horas no último fim de semana, no apartamento onde mora, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A paisagista deixou a unidade sem falar com a imprensa às 10h30. Elaine abraçou funcionários do hospital que a acompanharam até a saída, acenou para a imprensa e sentou no banco de trás do veículo. Ela estava usando óculos escuro.
Por volta das 8h30, durante o procedimento de alta hospitalar, Elaine recebeu as orientações médicas de uma equipe multidisciplinar. O último boletim médico divulgado nesta sexta-feira informa que, durante o tempo em que permaneceu internada, ela foi avaliada pelos setores de Cirurgia Buco Maxilofacial, Odontologia, Oftalmologia e Neurocirurgia. A nota destaca ainda que ela está “em plenas condições clínicas e laboratoriais”, recebendo, assim, a alta.
O coordenador da Clínica Médica do hospital, Dr. Hélio Primo, lembrou, nesta sexta-feira, que Elaine deu entrada em estado crítico, chegando a apresentar problemas no funcionamento renal, que já foram solucionados. O médico comentou também que a paisagista sofreu um descolamento de retina na vista esquerda, que será tratado posteriormente. Por causa do inchaço no rosto, principalmente na pálpebra, ela tem dificuldades para abrir o olho esquerdo.
— A face, os braços e a parte superior do tórax foram as regiões mais afetadas. Será muito importante também a recuperação psicológica da paciente. Vamos acompanhar a evolução do caso — afirmou Primo.
Após receber alta, a paisagista terá um longo caminho a ser percorrido. Ela será acompanhada pela equipe do cirurgião Ricardo Cavalcanti Ribeiro, chefe do setor no hospital onde Elaine ficou internada. Segundo o médico, a mulher fará uma nova avaliação na próxima segunda-feira. A previsão inicial é de que a reconstrução completa do rosto da vítima demore até seis meses. Isso porque, segundo os médicos, é preciso esperar que as lesões cicatrizem e os tecidos se recuperem antes de fazer as cirurgias necessárias.
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