Afina Menina | Tratamento farmacológico da obesidade, desinformação e estigmas contra pacientes serão analisadas nesta quinta, 18/11, 11h
23/11/2021Tudo do MS | No PNBE, Professor José Pastore expõe quais são as causas legais da desigualdade no Brasil, dia 02/12, 18h
24/11/2021Meio ambiente é o maior diferencial competitivo do Brasil, diz Horácio Lafer Piva
Mas, segundo o presidente do conselho da Ibá, país corre o risco de perder investimentos e exportações porque não apresentou ainda um projeto claro para solucionar questões graves, como o desmatamento ilegal
Por Stella Fontes, Valor — São Paulo
18/11/2021 19h38 Atualizado há 4 dias
Para o empresário Horácio Lafer Piva, acionista da Klabin e presidente do conselho da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), o meio ambiente é o maior diferencial competitivo do Brasil, mas o país corre o risco de perder investimentos e exportações porque não apresentou ainda um projeto claro para solucionar questões graves, como desmatamento ilegal e falta de regularização fundiária.
“Estamos saindo de uma COP. O caminho para o desenvolvimento do Brasil é ser uma potência ambiental, que pode gerar renda e oportunidades inacreditáveis, mas há questões que precisam ser enfrentadas”, disse o executivo, durante participação em webinar do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE), entidade criada na década de 1980 por empresários com foco na construção de um Brasil melhor e aperfeiçoamento da democracia.
Conforme Piva, ficou claro na COP26 que o país está com a reputação abalada. Diante disso, o governo federal deveria ser mais ativo também no combate dos problemas ambientais.
“[O ponto é que] Paramos num presidente que só pensa em reeleição. Ele pode pensar [nisso], mas não pode sacrificar o país. Governar é liderar, conduzir a tropa para o lugar certo”, afirmou.
Conforme o empresário, o Brasil poderia, por exemplo, ser líder no mundo do carbono, mas tem deixado escapar boas oportunidades.
“Onde tenho otimismo: somos jovens [como democracia e país] e temos mais futuro do que passado. Mas fico pessimista com fato de que a gente deixa escapar muitas oportunidades pelo vão dos dedos”, reiterou.
Na avaliação de Piva, vai levar tempo para que o Brasil se recupere das crises que enfrenta hoje — sanitária, econômica, política e social — e corrija problemas fiscais. As eleições do próximo ano, observou, “não vão consertar o país”. “Acredito que o próximo governo será um governo de transição”, disse.
O empresariado também tem sua parcela de culpa para a situação atual do país, quando se concentra em interesses de curto prazo, e a falta de coesão nesse grupo dificulta uma discussão mais ampla sobre democracia. “Fico exasperado de ver a dificuldade que se tem de se desenhar um caminho minimamente consensado”, disse, ao comentar a falta de visibilidade, neste momento, do que poderá ser a terceira via nas eleições do próximo ano.
“Vai ficar um passivo desse tamanho depois desse governo para ser resolvido. Mas aconteceu e o problema está dado. Agora, cabe resolver isso. Não estou pregando aqui o conflito, mas o diálogo”, afirmou.