WEB Digital | Forte inércia complica o cenário para o setor de Serviços, avalia CNS
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24/02/2022IPCA-15: alta de 0,99% em fevereiro, o maior para o mês desde 2016
Forte inércia complica o cenário para o setor de serviços, avalia especialista.
11:11 – 23 De Fevereiro De 2022
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, ficou em 0,99% em fevereiro, 0,41 ponto percentual (pp) acima da taxa de janeiro (0,58%). É a maior variação para o mês de fevereiro desde 2016 (1,42%).
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,58% e, em 12 meses, de 10,76%, acima dos 10,20% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2021, a taxa foi 0,48%. Os dados foram divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Houve variações positivas em oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados. A exceção foi saúde e cuidados pessoais, cujos preços recuaram 0,02%, após a alta de 0,93% verificada em janeiro.
Segundo o IBGE, a maior variação (5,64%) e o maior impacto (0,32 pp) vieram do grupo educação. “Com a maior variação (5,64%) entre os grupos, o segmento de educação teve um impacto de 0,32 pp no IPCA-15, dos quais 0,28 pp vieram da alta dos cursos regulares (6,69%), por conta dos reajustes habituais do início do ano letivo. As maiores variações vieram do ensino fundamental (8,03%), da pré-escola (7,55%), do ensino médio (7,46%), da creche (6,47%) e do ensino superior (5,90%). Curso técnico e pós-graduação subiram 4,40% e 2,93%, respectivamente”, informa o IBGE.
Na sequência, vieram alimentação e bebidas (com alta de 1,20% e impacto no IPCA de 0,25 pp), que acelerou na comparação com o mês anterior (0,97%), e transportes, que subiu 0,87% após queda de 0,41% em janeiro e contribuiu com 0,19 pp em fevereiro.
No grupo de alimentação, as maiores altas vieram de alguns tubérculos, raízes e legumes, como a cenoura (49,31%) e a batata inglesa (20,15%). Alimentação e bebidas é o grupo com o segundo maior peso no IPCA-15, com cerca de 21% do total.
Com alta de 0,87%, o grupo dos transportes teve como o destaque os veículos próprios (2,01%): automóveis novos (2,64%), motocicletas (2,19%) e automóveis usados (2,10%). Já os combustíveis registraram estabilidade em fevereiro: enquanto óleo diesel (3,78%) e a gasolina (0,15%) subiram, etanol (-1,98%) e gás veicular (-0,36%) registraram queda.
Os demais grupos ficaram entre a variação de 0,15% de habitação e de 1,94% de artigos de residência.
“A forte alta dos juros deverá derrubar o IPCA ao longo do ano, mas o processo tende a ser lento, dada a persistência das pressões inflacionárias. A forte inércia, o fenômeno pelo qual a inflação passada alimenta a inflação futura, complica o cenário”, avalia Carlos Eduardo Oliveira Jr., assessor econômico da Confederação Nacional de Serviços (CNS).
Segundo ele, “o resultado do IPCA de janeiro mostrou mais uma vez um cenário de pressões inflacionárias disseminadas, com altas fortes em alimentação no domicílio, bens industriais e serviços mais sensíveis à atividade econômica.”
Felipe Sichel, estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais, em previsão ontem, disse que “para educação, o avanço mensal significativo deverá refletir majoritariamente o reajuste sazonal nas matrículas de cursos regulares e diversos. Enquanto isso, esperamos que a alta em transportes se deverá tanto à elevação esperada de 7,0% nas passagem aéreas quanto à aceleração no preço de automóveis.”
Com informações da Agência Brasil
https://monitormercantil.com.br/ipca-15-alta-de-099-em-fevereiro-maior-para-o-mes-desde-2016/