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30/03/2022CNS revisa para baixo projeções de crescimento econômico brasileiro
Revisão é decorrente do conflito EUA-Otan-Rússia-Ucrânia.
22:46 – 29 De Março De 2022
A Confederação Nacional de Serviços (CNS) revisou suas projeções para a taxa de crescimento da economia brasileira para este ano ao adicionar ao ambiente de análise os efeitos decorrentes do conflito EUA-Otan-Rússia-Ucrânia. A informação está no Boletim de Conjuntura Econômica que a entidade distribuiu para seus associados.
De acordo com o documento, as projeções macroeconômicas indicam que as elevações de preços do petróleo e do gás natural, dos alimentos, dos fertilizantes e dos metais no mundo, a elevação e taxas de juros e a falta de matérias primas em algumas cadeias globais devem ter um impacto significativo na economia brasileira, muito embora eles devam ser menores no caso do Brasil. Se o mundo deve perder algo entre 1,7 e 2,3 pontos percentuais de crescimento econômico em razão dessa crise e seus desdobramentos, o Brasil deve acomodar sua economia com uma redução entre 0,6 e 0,7 ponto percentual de crescimento.
No último Boletim e Conjuntura da CNS do início deste ano foram apresentados alguns cenários macroeconômicos para 2022. Entre condições mais otimistas e mais pessimistas com relação à evolução da economia brasileira, as projeções apontavam para um crescimento econômico pequeno, de 0,6% neste ano, e uma taxa de inflação moderada, de 5,6% em 2022.
Agora, em face dos choques nos preços de combustíveis, fertilizantes, alimentos e metais em 2022, com pressões para a elevação dos juros nos países desenvolvidos, tornam esse cenário menos provável. Para os porta-vozes da entidade, como visto, as pressões inflacionárias devem perdurar e farão com que a taxa de inflação brasileira permaneça acima de 10% por alguns meses. Isso impede que, na média do ano, a inflação brasileira se acomode em 5,6% como era esperado. Entretanto, o choque nos preços dos combustíveis e do gás natural, a escassez de grãos e um possível limitação na oferta de adubos e fertilizantes deve provocar efeitos recessivos na economia brasileira.
Para os economistas da CNS, muito embora a matriz energética diversificada do Brasil possibilite uma melhor acomodação a esses choques, a tendência ainda é negativa.
Estima-se que a manutenção do preço do petróleo acima do patamar entre US$ 80 por barril deve retirar 0,4 ponto percentual do crescimento econômico brasileiro. O impacto sobre a agropecuária e em outras cadeias produtivas pode retirar 0,2 a 0,3 ponto percentual, levando a economia brasileira em direção ao cenário mais pessimista, de crescimento nulo e inflação mais elevada.
É importante frisar que essa situação pode ser contornada de várias formas por meio de políticas públicas mais ativas. A criação de mecanismos para acomodar as variações do preço da energia, pode conter parte dessa alta, favorecendo o retorno mais rápido da inflação para o patamar de 5% ao ano. A desoneração dos impostos sobre a folha de pagamentos, por sua vez, pode acomodar o custo das empresas e contribuir para a redução da inflação e o estímulo às atividades intensivas em mão de obra, com efeitos positivos sobre o crescimento, como comprovado no estudo desenvolvido pela Confederação Nacional dos Serviços sobre o tema.
O aumento do crédito agrícola e o estímulo à construção civil também seriam formas de estimular o emprego e a produção e reduzir as pressões inflacionárias num momento de crise mundial aguda.
https://monitormercantil.com.br/cns-revisa-para-baixo-projecoes-de-crescimento-economico-brasileiro/