RIC.com.br| Hospital se recusa a colocar DIU em paciente por questões religiosas
26/01/2024Conjur| Empresa em recuperação Judicial obtém autorização de venda de ativos
31/01/2024Preocupados com o cumprimento de contratos, eles começam a se reunir para negociar em bloco pagamentos com a companhia aérea
30/01/2024 10:54, atualizado 30/01/2024 11:55
Compartilhar notícia
Breno Esaki/Metrópoles
O pedido de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos provocou uma corrida entre fornecedores no Brasil. Eles estão se reunindo para avaliar o impacto do processo em suas contas e, eventualmente, negociar em bloco pagamentos com a companhia aérea.
O processo no exterior trouxe incertezas para prestadores de serviços e fornecedores de matérias-primas de médio porte, que não estão naquela lista de graúdos credores, apresentada pela empresa à Justiça dos EUA.
A esses credores, a situação da Gol preocupa, mas interessa manter contratos e buscar reconhecimento de valores a serem pagos sem uma relação belicosa. Arriscaria seus negócios a opção de se enfileirar ao lado de bancos e outros credores em guerras judiciais contra a companhia aérea.
Assim como em casos da 123 Milhas, da Cervejaria Petrópolis e da Lojas Americanas, esses credores estão se reunindo em blocos para terem maior poder de barganha.
Ações despencaram
Somente nessa segunda-feira (29/1), a Gol viu suas ações despencarem em 33% na bolsa de valores brasileira. Desde quinta-feira (25/1), quando entrou cm o pedido de recuperação judicial nos EUA, a aérea perdeu o equivalente a R$ 1 bilhão em valor de mercado.
O advogado Renato Scardoa, especializado em defender empresas nessa situação, tem reunido 20 empresas fornecedoras da Gol que estão preocupadas com a recuperação judicial. “Esses fornecedores têm duas preocupações. A primeira é não arcar com um prejuízo muito grande em relação ao crédito que eles detêm”, diz. “A segunda é continuar fornecendo.”
Negociação em bloco
A negociação com essas grandes empresas, observa o advogado, passa por uma “montagem em sindicato”. “É a organização de um grupo de credores para negociar em bloco e ter maior poder de barganha”, afirma. Essas empresas ainda avaliam, segundo Scardoa, o tamanho de seus créditos e o impacto da crise da Gol em seus caixas.
Esses fornecedores não foram citados na lista de credores apresentada pela Gol nos Estados Unidos. Lá, a companhia indicou 30 débitos com 27 empresas, cujas dívidas somam R$ 4,7 bilhões (veja lista com principais nomes neste link). O processo precisa ser homologado pela Justiça Brasileira para a Gol ficar blindada também de execuções de dívidas no Brasil.
Como apurou o Metrópoles, há, ainda, a chance de a companhia apresentar um pedido de recuperação judicial no país. No Brasil, ela teria de listar todos os seus credores, o que inclui esses fornecedores e outros que, por exemplo, têm créditos trabalhistas.