Contnews| Flagradas por uso indevido do Perse, empresas têm prazo para se autorregular
04/09/2024TV Cultura| Lula escolhe Macaé Evaristo para assumir Ministério dos Direitos Humanos
10/09/2024Especialista explica como os algoritmos podem sugerir conteúdos não recomendados a menores de idade
Decio Caramigo – 03.09.2024 – 09:58
A Corte dos Estados Unidos decidiu que a mãe da garota de apenas dez anos que perdeu a vida em 2021 após um desafio do TikTok poderá processar a rede social. O questionamento de Tawainna Anderson, mãe de Nylah Anderson, é sobre como funciona o algoritmo da rede social, tendo em vista que o “desafio de apagão (blackout)” foi recomendado à criança. O desafio consiste no autosufocamento até desmaiar.
Com desafios ou não, o que se percebe é que as redes sociais e os influenciadores que por lá estão tendem a influir nas tomadas de decidões do público, assunto que tem movimentado o debate público. Diante disso, Heródoto Barbeiro conversou com o psiquiatra Cirilo Tissot.
“Primeiro é preciso entender que toda criança tem os pais como os principais influenciadores até os oito anos de idade, ou enquanto ainda não são maiores. Então, os pais precisam estar inteirados sobre o que acontece na relação de seus filhos com a internet, com as mídias sociais, etc.”, afirma Tissot.
O especialista explica ainda que o senso comum dos pais é avaliar a internet como algo muito positivo. Eles entendem que, quando uma criança está se distraindo ou se educando por meio da internet, só coisas boas acontecem.
“Eles até têm preocupações se os filhos terão acesso à pornografia, a violência ou até com o tempo gasto diante do computador ou celular, mas o que não estão percebendo é que os algorítmos induzem as crianças aos seus desejos. Se a criança deseja saber mais sobre suicídio, ela é invadida por uma série de vídeos ou situação que ao invés de proteger essas crianças carregam mais informações, como numa espécie de incentivo à prática”, esclarece.
Monitoramento constante
O psiquiátra enfatizou a importância de monitorar os filhos constantemente, de analisar cada conteúdo e, também, manter aberto um canal de diálogo com a criança. Um levantamento nos Estados Unidos descobriu que crianças dos cinco aos oito anos de idade são completamente autônomas para decidir o que elas querem ou não fazer com a internet. “Então, essa solidão que a criança fica sem o monitoramento dos pais faz com que ela seja influenciada de uma forma negativa”, explica.
Além disso, existe diferença entre as pessoas, “e as mais vulneráveis, quando são invadidas pela internet e tudo o que ela oferece, como jogos, sites de apostas e redes sociais, são mais facilmente influenciadas e ficam viciadas”, finaliza Cirilo Tissot.
Confira: