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Construtora do grupo Bueno Netto, até então focada em edificações, se organiza para atuar em obras pesadas
Por Ana Luiza Tieghi — De São Paulo
12/09/2022 05h02 · Atualizado há uma hora
A BN Engenharia, construtora do grupo Bueno Netto, se prepara para entrar em infraestrutura. O diretor-geral da companhia, João Antonio Mattei, afirma que a empresa deve atuar principalmente em saneamento, logística e energia. A primeira obra deve ser para o setor elétrico, adianta o executivo.
A companhia planeja atuar em obras privadas e em PPPs (Parcerias Público Privadas). Segundo Netto, não há receio de que o resultado da eleição presidencial, a depender do vencedor, enfraqueça a quantidade de contratos em infraestrutura feitos pela iniciativa privada. Em 2021, 68,8% dos investimentos da área foram feitos pelo setor privado, de acordo com a consultoria Inter.B.
A BN está estruturando a equipe para atuar em infraestrutura, e contratou o engenheiro Lucas Guimarães, ex-country manager da construtora Cesbe no Peru, para ser diretor de desenvolvimento de novos negócios da área.
Atualmente, a companhia faz obras de edificação residencial e corporativa, além de hospitais e centros de distribuição, entre outros projetos. No ano passado, a BN faturou R$ 630 milhões, e Mattei projeta chegar a R$ 700 milhões neste ano. Segundo ele, já há carteira de obras para ultrapassar esse montante em 2023.
Cerca de metade do faturamento vem de obras para a Benx, incorporadora do grupo Bueno Netto. BN e Benx atuam de forma separada desde 2011. Mattei ressalta, porém, que a construtora não faz todas as obras da incorporadora: aproximadamente 25% dos projetos vão para outras construtoras, por terem orçamento mais baixo.
No segmento residencial, a BN prefere operar nos projetos maiores e de alto padrão. É ela que constrói o Parque Global, empreendimento da Benx e da Related Brasil na zona sul de São Paulo, uma obra de R$ 900 milhões. Esse valor pode dobrar se a BN ganhar a concorrência para construir também o hospital e o shopping previstos para o empreendimento. “Estamos confiantes”, afirma Mattei.
O executivo conta que planejava entrar na área de infraestrutura desde 2019, ao perceber o espaço deixado pelas grandes construtoras que foram alvo da Operação Lava Jato. “O setor de infraestrutura carece de empresas de engenharia saudáveis”, afirma. A BN conquistou recentemente o selo de Empresa B, concedido a empreendimentos que aderem às práticas de ESG. Há três anos, porém, o conselho do grupo não acatou a ideia, o que mudou no fim de 2020, quando a BN iniciou seu planejamento para entrar na área de obras pesadas.
A empresa queria comprar uma construtora com experiência em infraestrutura, mas o projeto não foi adiante. Da busca pela aquisição sobraram contatos que Mattei espera usar em obras futuras. “Podemos fazer consórcios”, diz.