O Globo: Juros menores não serão acessíveis a todos, dizem analistas
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18/04/2012Colegiado reduz Selic de 9,75% para 9% ao ano. Alívio é pequeno no bolso do consumidor
O Copom (Comitê de Política Econômica) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (18) cortar pela 6ª vez consecutiva a taxa básica de juros brasileira. Com a decisão a Selic, como a taxa é conhecida, passou de 9,75% ao ano para 9% ao ano.
A taxa básica de juros é um instrumento a favor do governo para estimular ou frear o consumo e, assim, controlar a inflação. A autoridade cortou os juros por considerar que, “neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação”.
— O Comitê nota ainda que, até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária.
A meta para o aumento geral dos preços este ano é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais. Ou seja, pode chegar a 2,5% ou subir a 6,5%, que mesmo assim estará dentro dos planos do governo.
O corte de 0,75 ponto percentual já era esperado pela maioria do mercado financeiro brasileiro. A redução de hoje representa a continuidade de um ciclo de queda dos juros iniciado em agosto do ano passado, quando a Selic recuou de 12,5% para 12% ao ano.
E meu bolso?
Segundo cálculos do vide-presidente da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), José Miguel de Oliveira, mesmo com a queda dos juros, o alívio no bolso do consumidor será muito pequeno.
Com a alteração da Selic, uma geladeira avaliada em R$ 1.500 comprada em 12 vezes sem entrada no crediário de uma grande rede, por exemplo, fica menos de R$ 7 mais barata para o consumidor. O eletrodoméstico, que custaria R$ 2,015.99 no fim do parcelamento com a taxa a 9,75% ao ano, passa a custar R$ 2.009,15 com a taxa a 9% ao ano.
No caso do financiamento de veículos, a diferença pode ser maior porque o valor do bem é maior. Um carro de R$ 25 mil financiado no banco em 60 parcelas, segundo cálculos da Anefac, sairia por R$ 42,8 mil no fim do prazo com a Selic antiga. Coma nova, o valor recua R$ 622,29 e o total diminui para 42,2 mil.
A Selic é chamada de taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como um piso para a formação dos demais juros cobrados no mercado, que são influenciados também por outros fatores, como o risco de quem pegou o dinheiro emprestado não pagar a dívida.
Ela é usada nos empréstimos interbancários (entre bancos) e nas aplicações que os bancos fazem em títulos públicos federais. É a partir da Selic que as instituições financeiras definem também quanto vão pagar de juros nas aplicações dos seus clientes.
Ou seja, a taxa básica é o que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos, a um custo muito mais alto. Por isso, os juros que os bancos cobram dos clientes é superior à Selic.
Juros mais baixos nos bancos
Embora esse último corte ainda não tenha chegado ao bolso do consumidor, a maioria dos bancos privados tem reduzidos os juros, como anunciou nesta quarta-feira (18) o Bradesco e o Itaú, a exemplo do que já havia ocorrido com a Caixa Econômica, Banco do Brasil, entre outros.
No quadro abaixo, compare o porcentual atual cobrado em cada instituição financeira e por modalidade de empréstimo:
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Nova taxa de juros |
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Nova taxa de juros |
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Crédito Consignado do INSS |
de 0.85% a 1.8% |
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Crédito Consignado do INSS |
de 0.84% a 1.8% |
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Nova taxa de juros |
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Nova taxa de juros |
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Crédito Pessoal |
de 1.99% a 5.93% |
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Giro de Cartões |
de 1.54% a 3.12% |
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Agora* |
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Agora* |
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Crédito Pessoal |
a partir de 1,97% a partir de 2,49% a partir de 2.9% |
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Crédito Pessoal |
de 0.89% a 2.20% a partir de 0.99% a partir de 1.29% a partir de 1.05% |
*Taxas ao mês
**Com conta-salário
***Somente para empresas
Fontes: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Santander, Itaú-Unibanco, HSBC e Bradesco
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Nova taxa de juros |
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Nova taxa de juros |
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Crédito Consignado do INSS |
de 0.85% a 1.8% |
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Crédito Consignado do INSS |
de 0.84% a 1.8% |
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Nova taxa de juros |
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Nova taxa de juros |
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Crédito Pessoal |
de 1.99% a 5.93% |
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Giro de Cartões |
de 1.54% a 3.12% |
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Agora* |
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Agora* |
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Crédito Pessoal |
a partir de 1,97% a partir de 2,49% a partir de 2.9% |
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Crédito Pessoal |
de 0.89% a 2.20% a partir de 0.99% a partir de 1.29% a partir de 1.05% |