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06/09/2023Projetos de alto padrão, sofisticados complexos multiúso, centro gastronômico sobre o leito, clubes esportivos com praia artificial e revitalização das águas mudam o famoso rio da capital
Torres corporativas do complexo Cidade Jardim: referência internacional de alto padrão, empreendimento de uso misto foi o primeiro a apostar na valorização do Rio Pinheiros — Foto: PSA ARQUITETURA/DIVULGAÇÃO
A revitalização recente do Rio Pinheiros e os reflexos positivos de políticas de intervenção urbana nos bairros vizinhos vêm transformando o curso do rio em um polo de atração de investimentos imobiliários.
Por seus 25 quilômetros de extensão, entre as zonas Oeste e Sul da capital paulista, a população se depara com diversos empreendimentos residenciais e comerciais de alto padrão em diferentes fases de desenvolvimento, e com projetos ousados que transformarão a paisagem arquitetônica da cidade.
“O Rio Pinheiros deixou de ser um lugar desagradável, e isso tornou mais atrativo o mercado imobiliário ao redor”, afirma Thiago Alonso de Oliveira, CEO do grupo JHSF, um dos pioneiros a explorar o potencial da região neste século.
Entenda-se por “desagradável” a antiga condição de suas águas, excessivamente poluídas e repletas de lixo, que exalavam mau cheiro e ajudavam a proliferação de insetos. Em 2019, uma parceria entre o governo estadual e a Sabesp deu início ao processo de recuperação do rio. E tudo mudou desde então.
Residenciais do Parque Global, no Panamby, praticamente dobraram de preço em três anos: valorização deve-se à localização privilegiada — Foto: BENX/DIVULGAÇÃO
“É notória a diferença da qualidade da água: não tem mais odor, e até a cor é outra”, afirma Alonso. Muito antes, em 2008, a companhia inaugurou o complexo de uso misto Cidade Jardim: uma poderosa combinação de shopping center, escritórios e torres residenciais, que se tornou referência no segmento de imóveis de altíssimo padrão.
Agora, o grupo se prepara para lançar o Reserva Cidade Jardim: quatro edifícios com apartamentos entre 450 e 1,3 mil metros quadrados em uma área de 20 mil metros quadrados, na margem do rio.
“É um terreno ‘pé na água’, com uma condição geográfica destacada, em um trecho em curva que possibilitará vistas muito singulares. Será um marco na arquitetura da cidade”, adianta Alonso.
Além da expansão do Cidade Jardim, a região vive uma profusão de empreendimentos novos e em construção. No Panamby, a Benx Incorporadora e o Grupo Bueno Netto estão em fase acelerada de desenvolvimento do Parque Global — um “bairro planejado” com escritórios, shopping center, hospital, consultórios médicos e torres residenciais que são um sucesso comercial.
Torres corporativas no Parque da Cidade, Zona Sul da capital paulista: complexo multiúso finalizado em 2022 mudou o eixo econômico na região — Foto: ANA MELLO/DIVULGAÇÃO
“Começamos a vender ali por R$ 12 mil o metro quadrado, em 2020, e hoje está em R$ 22 mil. É muito mais do que a valorização de muitos investimentos”, comemora Luciano Amaral, diretor-presidente da Benx.
Do outro lado do rio, na Chácara Santo Antônio, o complexo multiúso Parque da Cidade foi finalizado em 2022. As últimas cinco torres corporativas entregues, projetadas pelo escritório aflalo/gasperini arquitetos, foram associadas a shopping center, hotel de luxo e dois prédios residenciais, mudando o eixo econômico da região.
Na Zona Oeste, destaca-se a SDI Desenvolvimento Imobiliário. Após o Pinheiros One, corporativo que pertenceu à Odebrecht, a incorporadora lançou o multiúso River One Butantã, em 2019 ( já entregue), e o River South, ao lado, em 2022, com unidades residenciais e comerciais.
“Muitas vendas são fechadas depois que os clientes veem a vista do rio do alto da área de lazer “, conta Dario Abreu Neto, sócio-diretor da incorporadora. Da janela de seu escritório, ele acompanhou todo o processo de recuperação das águas do Pinheiros e garante: “Está uma maravilha! Virou um espaço de convivência da cidade que está sendo redescoberto pelo mercado imobiliário”.
Projeto do Reserva Cidade Jardim: apartamentos ultraluxuosos em terreno “pé na água”, na Zona Sul — Foto: ANA MELLO/DIVULGAÇÃO
MAIS DIVERSÃO
Além de moradias e escritórios, os arredores do rio ganharão três equipamentos grandiosos de lazer, dois deles identificados com o surfe, com praias artificiais e piscinas de onda: o Beyond ovas, financiado pela iniciativa privada e inaugurado em 2021. Com 17 quilômetros de extensão, tem ciclovia, pistas de caminhada, pomar e áreas verdes que passaram a ser frequentados por milhares de moradores da capital e turistas nos finais de semana.
Para Cyro Naufel, diretor Institucional da Lopes Consultoria de Imóveis, a redescoberta do rio demorou a acontecer. “Nas principais cidades desenvolvidas do mundo, os rios urbanos são referências geográficas e econômicas. Em São Paulo, não poderia ser diferente”, avalia.
Segundo ele, superados os desafios ambientais e de legislação municipal — para permitir uma maior exploração do potencial construtivo de suas margens — será possível vislumbrar o grande desenvolvimento imobiliário do Rio Pinheiros num futuro próximo.
Naufel destaca a importância de ações públicas como os projetos de intervenção urbana (PIU), tanto o Arco Pinheiros como o Arco Jurubatuba, como ferramentas essenciais para destravar o potencial de crescimento dos bairros vizinhos ao rio.
“As medidas ajudarão a melhorar o trânsito na Marginal Pinheiros e, juntamente com a manutenção da qualidade da água e do sistema de mobilidade, com trens e ciclovias, deverão estimular pessoas e empresas a ocupar áreas ao longo do rio.”