Jornal Hoje: Economista mostra se compensa manter caderneta de poupança
08/05/2012As taxas de juros das operações de crédito foram novamente reduzidas em abril/2012
09/05/2012SÃO PAULO – Mesmo com as recentes reduções anunciadas pelos bancos no custo do financiamento de veículos, o consórcio continua a ser mais vantajoso por ter valores inferiores, prazos superiores e concessão facilitada, já que não há análise de crédito. Mas permanece com diferencial, pois o bem é retirado somente com o pagamento do total das parcelas, sorteio ou lances. De acordo com dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), nos primeiros três meses de 2012 o consórcio atingiu 15,2% de participação na venda de veículos leves, contra 11,8% até dezembro de 2011.
Segundo dados da Abac, de março, os consórcios somavam 4,850 milhões de cotistas, alta de 13,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. O total de novas cotas comercializadas chegou a 596 mil, sendo somente o mês de março responsável por 209 mil, contra 198 mil em março de 2011. Também no primeiro trimestre, as contemplações atingiram 301,600 mil, alta de 15%.
De acordo com o presidente da Abac, Paulo Rossi, crédito e consórcio são produtos distintos, pois o último é direcionado para o cliente que não precisa do veículo imediatamente. Mas esclarece que as reduções nas taxas de juros das instituições financeiras não afetam diretamente o setor de consórcios. “As condições para as quedas são específicas e exigem uma entrada alta. Quem precisa do automóvel, pode dar um lance do valor da entrada, em torno de 50%.”
Para exemplificar, Rossi menciona o consórcio de um carro no valor de R$ 40 mil, com prazo de 60 meses e taxa de administração de 0,25% ao mês. “Ainda que considere um reajuste anual de 3,6%, daria uma variação de 26% sobre o valor do bem”.
O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira, concorda que no cenário atual o consórcio continua mais barato, mas que com a tendência de queda a vantagem tende a diminuir. “Com taxa de administração e fundo de reserva, o consórcio corresponde a juros de 0,72% ao mês e isso não existe atualmente. A menor taxa no crédito está em 0,89% e com condições especiais como 50% de entrada. Se o cliente der 50% de lance, consegue o veículo no consórcio com custo mais baixo.”
Entre as instituições financeiras, a menor taxa apresentada foi pela Caixa Econômica Federal, de 0,89% ao mês (a.m.). Mas para atingir esse percentual, o correntista precisa dar 50% de entrada e usar o prazo de até 12 meses.
Condição semelhante pode ser vista no Banco do Brasil. Para obter a nova taxa mínima, que passou de 1,24% para 0,95% ao mês, a entrada necessita ser superior a 50% e o prazo fica entre 2 e 58 meses.
No Bradesco, o juro mínimo passou de 1,35% para 0,97% ao mês com entrada de 40% e financiamento em até 12 meses. Já no Itaú Unibanco, a mínima está em 0,99% ao mês e é válida para clientes correntistas há mais de um ano, em operações com 50% de entrada e parcelamento em até 24 meses.
O HSBC também reduziu os juros, de 1,48% para 0,98%, mas informa apenas, por meio da assessoria de imprensa, que as taxas dependem do relacionamento.
Para 2012, a Abac prevê crescimento entre 7% e 9% do setor, que possui atualmente 200 administradoras ativas.
Entre as 10 maiores, a Embracon aposta no consórcio de veículos para este ano, pois 70% da sua carteira está concentrada em imóveis. A gerente de Marketing da companhia, Giselle Paula, explica que os cortes das taxas de juros do crédito impactam na percepção do cliente, que observa que consegue um valor menor para obter o veículo imediatamente. “Antigamente, o financiamento chegava a ser duas vezes o valor do consórcio. Hoje é menor, mas continua mais barato.”
Outro ponto levantado pela gerente está na concessão. “O crédito não está tão fácil para o consumidor. Já o consórcio não precisa de análise de crédito. Há análise da renda e se está negativado”.
O diretor da Rodobens Consórcio, Ronald Macedo Torres, lembra que o setor tem passado por sucessivas reduções no custo do financiamento nos últimos anos e que, mesmo assim, apresenta somente crescimento. “O prazo é mais longo, cabendo mais no bolso do consorciado. Também não tem muita burocracia, porque quando é contemplado vira credor e já demonstrou capacidade de pagamento.”
Torres revela que o índice de inadimplência entre clientes que já retiraram o bem está em 1,8% na Rodobens. No financiamento, o índice chegou a 5,7% em março, segundo dados do Banco Central.
De janeiro a abril, a Rodobens cresceu 17,5% na venda de cotas, para 4,6 mil. Em valores, a expansão chegou a 26%, para R$ 220 milhões. “O valor médio tem aumentado, para R$ 53,500 mil. As pessoas estão mais confiantes devido a estabilidade no emprego e aumento na renda”, revela o diretor da Rodobens.
http://www.dci.com.br/consorcios-ampliam-fatia-de-mercado-com-juros-em-queda-id292991.html