DCI: Empresas conseguem cortar imposto de lucro do exterior
10/08/2012Extra: Lojas virtuais aceleram no país, segundo estudo
15/08/2012ANDRÉ MACHADO
RIO – O e-commerce no Brasil só faz crescer — dados da consultoria e-bit mostraram que no ano passado o faturamento com compras virtuais foi de R$ 18,7 bilhões, contra R$ 14,8 bilhões no ano anterior, e para este ano é projetado um aumento da ordem de 25%, para R$ 23,4 bilhões. Um dado interessante é que, ao menos em pontos percentuais, as lojas puramente virtuais (conhecidas no mercado como “pure players”) vêm apresentando um crescimento maior no mercado nacional que as empresas que atuam nos dois varejos (físico e on-line) — as chamadas lojas multicanal. Vinte por cento das vendas no e-commerce são de “pure players” hoje, segundo levantamento feito pela Braspag, empresa da Cielo que trabalha com a tecnologia que permite os pagamentos pela internet.
Segundo Gastão Mattos, diretor executivo da Braspag, o acumulado das vendas nos quatro primeiros meses deste ano nas lojas totalmente virtuais chegou a 127% em relação ao mesmo período de 2011, contra 76% das lojas multicanal.
— Naturalmente, em números absolutos, o volume das lojas multicanal é maior, até porque o mercado das lojas “pure players”, que só existem na internet, é um mercado de nicho, muito mais pulverizado — explica Mattos. — Mas, no Brasil, o e-commerce ainda tem muito espaço para crescer. O varejo on-line é responsável por apenas 2,5% do varejo total no Brasil, enquanto nos Estados Unidos essa taxa sobe para 7%.
Entretanto, o e-commerce brasileiro está bem mais amadurecido. De acordo com Mattos, há dez anos, o varejo on-line era apenas 0,3% do total, e quase não havia lojas completamente virtuais.
— Hoje você vende até roupas e sapatos pela internet, via lojas como Netshoes e Dafiti, e há trajetos inversos de varejos on-line se tornando lojas físicas, caso da Sack’s, que vendia perfumes e virou Sephora — diz. — Mas os eletrodomésticos e produtos de informática ainda são os campeões do setor.
O valor médio de uma compra ainda é bem maior nas lojas multicanal do que nas empresas virtuais — R$ 411 contra R$ 196, segundo levantamento da Braspag. Mas a este ano a empresa agregou como clientes 30 lojas totalmente virtuais, contra 11 no ano passado.
Os próximos desafios no setor são o social commerce (comércio eletrônico nas redes sociais) e o m-commerce (compras via celulares, smartphones e tablets). Para o executivo, um dos caminhos em Facebook e afins é manter a experiência de usuário dentro do ambiente da rede social, do começo ao fim do processo de compra (tanto que a Braspag tem uma parceria com a E-Like, do app Meu Shopping). Já no caso do m-commerce, o desafio maior é um pleno entendimento entre bancos e operadoras de telecom, que têm processos diferentes.
— Uma hora eles vão se entender. Mas hoje uma compra por um smartphone ou tablet touch ainda é muito incômoda, já que pelo menos no cadastro inicial é preciso digitar vários números — opina.