O Estado de S. Paulo: Cremesp pode barrar registro médico de formando que boicotar exame
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21/11/2012Andréia Henriques
SÃO PAULO – Depois de surgir em 2010 como nova alternativa do mercado na busca por escritórios especializados em direito digital, o Cots Advogados teve forte demanda em temas relacionados à política e segurança da informação e e-business. No entanto, a aposta é que o cenário mudará devido à movimentação legislativa. Há três projetos de lei próximos de votação que devem alterar a dinâmica do escritório a partir de 2013: o Marco Civil da Internet, a lei de crimes digitais e a reforma do Código de Defesa do Consumidor, que deve trazer nova regulação ao comércio eletrônico.
“Acredito que no próximo ano teremos crescimento no consultivo e contencioso do setor de e-commerce e também em questões de segurança da informação, em termos de se readequar à nova realidade das novas leis”, afirma o sócio-fundador Márcio Cots. Para ele, o escritório já é uma realidade e está apto a dizer ao mercado qual o melhor caminho e as consequências jurídicas das novas leis.
A regulamentação deve fazer com que o principal investimento do escritório no próximo ano seja em treinamento da equipe. Hoje são dois os sócios e dez os advogados, alguns dos quais trabalham por projeto.
O advogado destaca que o escritório já se consolidou como uma “terceira opção” em meio a dois escritórios especialistas em direito digital – o encabeçado pela advogada Patricia Peck Pinheiro e o do advogado Renato Opice Blum. No ano passado, o Cots obteve 50% de aumento em seu faturamento e espera fechar 2012 com crescimento semelhante. “Com mais regras e mais segurança jurídica nesse setor, busca por escritórios especializados tende a ser maior”, afirma.
O escritório é dividido em três segmentos diferentes: o atendimento a empresas com core business de tecnologia em diversas áreas do direito, como contratos e tributação, empresas de e-business, que utilizam a Internet como plataforma operacional e os terceiros, que não trabalham diretamente com tecnologia.
A tendência é que a banca paulista seja full service no segmento de tecnologia e e-business. “O foco é o setor, não as áreas do direito”, diz Cots. A sede fica ao lado do Parque Villa-Lobos, fora do eixo normalmente escolhido pelos escritórios de advocacia. “É algo estratégico, pois temos no mesmo condomínio diversas empresas de tecnologia e estamos próximos de Alphaville e de Campinas, polos tecnológicos.”
O escritório trabalha com uma ferramenta de gestão que tem origem no setor de tecnologia: a administração por projetos. Nele, são previstos, dentre outros, os recursos necessários, o cronograma de tempo, a execução do projeto, seu monitoramento e a fase pós-término. Além disso, há softwares de gerenciamento para o controle, o que permite flexibilidade aos profissionais.
“Há bastante home office e trabalho remoto, além de ser possível sempre acompanhar como o escritório trabalha, temos uma foto ampla dos projetos, quais são seus andamentos e gargalos”, diz o sócio. “Em casa de ferreiro, o espeto tem que ser de ferro”, completa. Apenas algumas informações do escritório estão em nuvem, como os dados gerenciais.
Hoje, 80% dos casos do escritório são de consultivo, mas o contencioso deve crescer por demanda dos clientes que trabalharam com a banca. “Se fizemos um contrato para mitigar risco, esse contrato pode ser executado e o cliente volta com necessidade de contencioso. Não é foco captar uma carteira de contencioso, mas é uma tendência natural que ele cresça”, diz Cots.
Os clientes, além de empresas de tecnologia, se concentram nos setores de varejo, leilão, classificados e entretenimento, em sua maioria multinacionais de grande porte. No setor de e-business, o destaque é para as start-ups.
O objetivo da banca a longo prazo é se consolidar como uma terceira via no mercado em segurança e tecnologia da informação, com qualidade técnica e forte conhecimento acadêmico.