G1: Juros do crédito sobem em junho, mostra Anefac
17/07/2013Valor Econômico: Juros do crédito aumentam em junho e vão subir mais, afirma Anefac
17/07/2013COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Atualizado às 16h06.
As taxas de juros registradas nas operações de créditos tiveram alta em junho, e o aumento deve persistir nos próximos meses, informa pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
A associação apurou alta de 0,02 ponto percentual na taxa de juros média para pessoa física no mês passado, até 5,45% ao mês em junho, ou 89,04% ao ano. Foi a maior taxa média para pessoa física desde novembro de 2012. Em maio, os juros ficaram estáveis em relação a abril, quando houve leve alta nas taxas médias, segundo a Anefac.
De acordo com a associação, três das seis linhas de crédito para pessoa física pesquisadas tiveram alta nas taxas médias de juros em junho: cheque especial e crédito oferecido por bancos e financeiras. Já os juros no comércio, no rotativo do cartão de crédito e financiamento de veículos se mantiveram estáveis.
Para o diretor executivo de estudos econômicos da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a alta pode ser atribuída à elevação da Selic (taxa básica usada como referência na economia brasileira) realizada em 29 de maio pelo Copom (Comitê de Políticas Monetárias do Banco Central) e que ainda não tinha sido repassada às taxas das operações de crédito.
Segundo ele, a alta do juro básico da última reunião, de 10 de julho, deve ter impacto sobre as taxas médias deste mês.
Diante do cenário de pressão inflacionária, após o IPCA, índice oficial da inflação, ter estourado a meta do governo, Oliveira vê nova alta da Selic na próxima reunião do Copom, em 27 e 28 de agosto. “Por conta disso, é provável que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses”.
O diretor da Anefac vê o processo de alta se encerrando em outubro, quando o Copom estabeleceria o juro básico em 9,25%. A partir disso, novas altas dependeriam do comportamento da inflação e do câmbio no período de julho a outubro.
“O câmbio em um patamar elevado provoca inflação. Se essa situação persistir, o Banco Central pode estender até a última reunião do ano (em novembro) a alta da Selic”, diz.
Para Alessandra Ribeiro, economista-sócia da Tendências Consultoria, a inflação deve começar a desacelerar neste segundo semestre, até encerrar o ano em 5,7%. Para a especialista, a Selic deve encerrar o ano a 9%, devido aos sinais de melhora inflacionária.
Com isso, o ciclo de aumento da Selic se encerraria já na próxima reunião, em agosto, e o mesmo ocorreria com os juros de linhas de crédito para pessoa física.
TAXA DE JUROS PARA PESSOA FÍSICA AO MÊS EM JUNHO
Linha de crédito | Taxa em junho de 2013, ao mês | Taxa em maio de 2013, ao mês |
---|---|---|
Juros comércio | 4,08% | 4,08% |
Cartão de crédito | 9,37% | 9,37% |
Cheque especial | 7,73% | 7,68% |
CDC -bancos- financiamento de automóveis | 1,53% | 1,53% |
Empréstimo pessoal -bancos | 3,04% | 2,97% |
Empréstimo pessoal-financeiras | 6,96% | 6,92% |
Taxa média | 5,45% | 5,43% |
Em relação às taxas para pessoas jurídicas, os juros médios subiram 0,04 ponto percentual, para 3,09% ao mês, ou 44,08% ao ano.
Os juros subiram nas linhas capital de giro e desconto de duplicatas, enquanto conta garantida registrou queda.
TAXA DE JUROS PARA PESSOA JURÍDICA AO MÊS EM JUNHO
Linha de crédito | Taxa em junho de 2013, ao mês | Taxa em maio de 2013, ao mês |
---|---|---|
Capital de giro | 1,48% | 1,42% |
Desconto de duplicatas | 2,21% | 2,13% |
Conta garantida | 5,58% | 5,60% |
Taxa média | 3,09% | 3,05% |