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26/05/2015Universidade americana quer atrair alunos de Campinas (Embry-Riddle)
26/05/201516/03/2015 – 05h00
Objetivo é ajudar a suprir a demanda por mão de obra qualificada no País, utilizando modelo de aeroporto-escola, que deve se tornar referência para profissionais de toda a América do Sul
São Paulo – Com a perspectiva de que o Brasil deverá atingir uma demanda de 200 milhões de passageiros até 2020, empresas do setor aéreo deverão captar recursos humanos necessários para o atendimento. Por isso, a empresa de gestão de aeronaves e consultoria CFly Aviation desenvolveu o projeto de um aeroporto-escola.
O objetivo do modelo de treinamento no local de trabalho (OJT na sigla em inglês) é oferecer um formato de ensino similar ao que existe em outras áreas como cirurgia, marinharia, hotelaria e gastronomia. “A ideia é que os alunos possam receber aulas teóricas em salas de aula e praticar em um cenário real com supervisão profissional”, afirma o presidente da CFly Aviation, Francisco Lyra em exclusiva ao DCI.
A Universidade do ar – Aeroporto Escola está em processo de concepção e no meio de um estudo de demanda. “Ainda estamos dimensionando o projeto para saber o volume de investimento necessário”, diz. Para dar uma dimensão de grandeza do empreendimento, o executivo explica que pode custar em torno de US$ 40 milhões, mas pode variar com o estudo.
Onde operar
O aeroporto onde será desenvolvido o projeto ainda não foi escolhido, mas uma das opções é o Executivo Catarina, empreendimento desenvolvido pela incorporadora JHSF em parceria com a CFly. “No entanto, após conversas com órgãos públicos, foram cogitados outros aeroportos com movimentação comercial como o de São José dos Campos”.
Caso a movimentação comercial passe a ser um pré-requisito para a escolha do aeroporto, o de São José dos Campos, Professor Urbano Ernesto Stumpf, será a opção mais provável. Além de não possuir um fluxo intenso, está localizado perto do mercado (capital paulista) e tem proximidade com competências acadêmicas, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica.
O projeto também despertou o interesse de outras instituições internacionais como a Escola Nacional de Aviação Civil da França e a americana Embry-Riddle Aeronautical University. Com a primeira, só houve uma conversa inicial, já com a segunda foi fechado um memorando de atendimento de parceria e cooperação.
A universidade Embry-Riddle irá fornecer todo o conteúdo teórico para o aeroporto escola. “Queremos elevar o padrão de ensino de cursos que estão defasados no Brasil e atingir um padrão de qualidade que possa ser multiplicado em todo o País”, ressalta Lyra.
De acordo com o representante da instituição americana no Brasil, Fabio Barros Franco de Campos, este será o primeiro projeto da universidade na América do Sul. “Se tudo der certo, esperamos que este empreendimento se torne referência para o continente.”
Segundo Campos, o Brasil é um mercado forte e demanda de qualificação. “São poucos os nichos que têm formação de qualidade”, analisa. Com a parceria, a intenção de ambas entidades é elevar o padrão de qualidade do conteúdo de forma rápida. “Independentemente do nicho de mercado, grande companhia ou aviação regional todos os funcionários terão o mesmo padrão”, diz.
Incentivo
Para ambos os porta-vozes, investir na padronização de capacitação de qualidade vai permitir que toda a cadeia de aviação seja revitalizada. No caso de aeroclubes, os instrutores poderão receber capacitação e repassar aos alunos. “Existem instituições com parcerias em aeroportos, mas o modelo de aeroporto escola é inédito e acreditamos que irá ajudar no cenário nacional”, conclui o executivo.
Em princípio, a instituição pretende oferecer cursos técnicos (básicos) e de especialização (avançada), mas a ideia é poder proporcionar cursos de graduação em longo prazo. “Teremos diversos níveis de ensino e vamos abordar a capacitação de todos os setores do aeroporto: de atendentes de check-in a áreas técnicas, operacionais, rampa, manutenção e pilotos”, cita o presidente da CFly, Lyra.
Para ele, o Brasil possui cursos de alta qualificação no nível de graduação, por isso, os técnicos e de extensão serão iniciados primeiros. “Acreditamos que os básicos têm mais urgência”, explica Lyra.
O executivo explica que, no Brasil, a capacitação de diversas áreas aeroportuárias quase sempre fica por conta do empregador e por isso, é importante um modelo de ensino que consiga colocar no mercado de trabalho pessoal já qualificado e pronto para atuar.
Para que a instituição seja inclusiva, Lyra ressalta que querem cadastrar o projeto para que possam receber bolsas de crédito e financiamento estudantil, além de realizar parcerias e treinamentos com empresas do setor.
O projeto deve começar ainda este ano com cursos de extensão universitária e dentro de um ano e meio ou dois anos, devem ampliar a oferta. “A construção da infraestrutura deverá demorar um pouco mais porque devemos esperar estudos e captação de fundos.”
A apresentação do projeto será debatida com mais profundidade durante o evento Airport Infra Expo 2015 que será realizado em Brasília nos dias 24 e 25 de março.