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08/10/2015Tendências. Mercado tem perdido espaço para novos investimentos no Nordeste e no Centro-Oeste, por isso empreendimentos buscam soluções para aumentar o fluxo e o mix
28/01/2015 – 05h00 | Atualizado em 28/01/2015 – 09h36
São Paulo – Na distribuição por regiões, o aumento da renda no Nordeste tem atraído a atenção dos investidores e lojistas, logo, os empreendimentos localizados no Sul do País têm perdido espaço e, assim, buscado alternativas como a sofisticação do mix para manter a atratividade. Hoje, o Sul conta com 89 empreendimentos em operação, já o Nordeste tem 74.
No caso do BarraShoppingSul, localizado em Porto Alegre (RS), o empreendimento conseguiu atrair no final do ano passado operações para incrementar o mix, como Forever21, MAC, Swarovski, além de Clube Melissa e Los Paleteros, entre outras. Houve também uma expansão no perímetro da praça de alimentação, com oito novas operações. Afora isso, a Multiplan, dona do empreendimento, terá este ano a inauguração de duas torres anexas ao complexo comercial, sendo a residencial com 200 apartamentos e a comercial com 290 salas, no próprio terreno do shopping.
“Já existe uma torre pronta, com 290 salas, então, com a chegada dessas grifes, a expansão da praça e as novas torres teremos muita coisa para agregar este ano”, afirmou o superintendente do shopping, Marco Aurélio Jardim. Ele explica que o centro de compras recebe o público das classes A e B, logo, buscar outras grifes é essencial. “Em 2014, passamos por uma consolidação entre as marcas que já atuavam no local, além do processo de renovação do mix, com foco em redes como GAP, Daslu e outras lojas exclusivas”, comentou.
Copa e eleições
Localizado na zona sul da capital gaúcha, o empreendimento contabilizou em 2014 fluxo de 13,5 milhões de clientes – quase 4% de crescimento ante 2013. “2014 foi um ano excelente e olha que tivemos as eleições e a Copa do Mundo. O evento mundial foi realizado a um quilômetro do empreendimento. Fechávamos em todos os dias de jogos, mas a bilheteria da Copa foi no shopping e isso atraiu muitos turistas”, explicou o superintendente.
Após um primeiro semestre mais fraco, as vendas reaqueceram no segundo semestre e o espaço conseguiu incremento de 14,8% nas vendas do Natal. O local sedia 215 lojas e 32 operações de gastronomia. Entre elas, os restaurantes Outback Steakhouse e Applebee’s. “Depois das obras de infraestrutura para a Copa, o acesso foi mais facilitado ao mall. Isso foi realmente muito importante.”
Ampliação de área
Para driblar a concorrência do setor na capital gaúcha, o Iguatemi Porto Alegre entregou ao público no final do ano passado a primeira parte de uma ampliação prevista para acontecer até o final deste ano. O estacionamento foi ampliado e o consumidor agora conta com dois novos andares de vagas. Até o fim do ano serão 100 novas lojas e mais 25m² de ABL.
Para atrair o consumidor, toda terceira quarta-feira do mês, por exemplo, há a “Quarta de Estilo”, quando as lojas realizam promoções exclusivas e o estacionamento é 50% mais barato, comentou a gerente de Marketing do Iguatemi, Cíntia Marques. Ela explicou que o espaço “vai ser o maior complexo da região”, após a finalização da expansão. Hoje são mais ou menos 300 lojas no mix, mas o projeto é bem ousado e prevê a maior academia da América Latina, com quatro piscinas.
“Outro aspecto é que a veia do Iguatemi sempre foi a da moda, logo buscamos trazer mais operações de vestuário, acessórios, joias e artigos ligados ao mundo fashion. Entre os contratos assinados, nós temos agora a Sephora e a Michael Kors, redes exclusivíssimas na Região Sul e será um sucesso”.
O shopping, que envolve sócios como o grupo Iguatemi e a Ancar Ivanhoe – com gestão compartilhada -, além das empresas Lgl Empreendimentos e a construtora Maiojama, espera ser reconhecido como um dos cinco melhores centro de compras do Brasil, até 2017.
Mercado em geral
No Sul, apesar de haver essa busca pelo mercado de luxo, a maior parte dos empreendimentos tem o perfil de pequenos malls, sendo 49% dos espaços nesse sentido. Em termos de ABL, porém, a maior parte está inserida no conceito regional, com áreas superiores a 30 mil m². A região comporta atualmente 14.961 lojas, representando 15,3% do setor nacional. Neste quesito, o Nordeste já superou os números: tem 15.769 lojas e detém 15,1%.
Com relação à expansão do segmento como um todo, o setor teve 24 empreendimentos inaugurados e incremento de 10,1% nas vendas no ano passado, ao faturar R$ 142,27 bilhões. Na opinião do sócio-diretor da consultoria GS&BW, Luiz Alberto Marinho, agora os investidores tendem a adotar mais cautela nos próximos projetos devido ao cenário econômico instável.
A Multiplan pode estar nessa lista. Apesar disso, a empresa deve contar com outra empreitada ano que vem: a inauguração, no conceito de complexos gigantes, do Parque Global, em São Paulo (com 80 mil m² de ABL), a ser construído em parceria com a construtora Bueno Netto, na região do Panamby. O complexo – não confirmado -, seria parte de um empreendimento com áreas residenciais e comerciais e o shopping.
Segundo Marinho, analisar o perfil onde será erguido um empreendimento é extremamente importante. Ele aponta que em 40 anos, até 2006, o mercado de contava com 351 shoppings, mas de 2007 para cá o número pulou para 519. “Então você tem um bom exemplo do cenário de expansão, sem falar que até 2006 havia uma a concentração nas regiões Sul e Sudeste, que detinham 75% do setor. Hoje não é assim. É preciso muita atenção de onde expandir”.
De acordo com o presidente da associação do setor, a Abrasce, Glauco Humai, os pequenos espaços, com até 20 mil m² têm sido o conceito de maior atenção, sendo 44% dos shoppings abertos no ano passado também com esse perfil. Para o especialista, a previsão do mercado é de aumento na ordem de 8,5%, com a abertura de 26 empreendimentos. Entre os projetos, 12 estarão em cidades que não tinham shoppings, como Araxá e Varginha, ambas em Minas Gerais, e Camaçari e Serrinha, localizadas na Bahia. Os outros 14 empreendimentos serão abertos em capitais.
A Abrasce prevê ainda que o investimento em 2015 alcançará R$ 16,5 bilhões, sendo R$ 4,9 bilhões para expansões de shoppings já em funcionamento e R$ 11,5 bilhões para novos empreendimentos. A respeito de vacância e reajuste do preço dos aluguéis, a superintendente da Abrasce, Adriana Colloca, disse acreditar que há espaço para reajuste nos valores dos contratos de locação acima da inflação neste ano, tendo em vista a perspectiva de elevação do faturamento do setor. “O que manda é o nível das vendas”.