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13/10/2015 15:08:04 – EMPRESAS E SETORES
São Paulo, 13/10/2015 – O Grupo Bueno Netto espera conseguir nos próximos meses as aprovações necessárias para a construção de um shopping no complexo imobiliário Parque Global, localizado na cidade de São Paulo entre as pontes do Morumbi e João Dias, na marginal Pinheiros. Entretanto, o início das obras do empreendimento que tem a Multiplan como parceira depende de uma melhoria no cenário macroeconômico e, principalmente, da resolução de um imbróglio judicial que envolve torres residenciais no local.
O Parque Global é divido em três fases distintas, incluindo cinco prédios residenciais, um shopping center, um hotel e outras torres comerciais. A primeira etapa, voltada para o segmento residencial, foi lançada no final de 2013 com aprovações da Secretaria do Meio Ambiente, mas em meados do ano seguinte as obras foram embargadas por ordem judicial sob justificativa de problemas no licenciamento ambiental.
O pedido de interdição levou em consideração laudo feito a pedido de um dos braços do Ministério Público estadual que destacou o possível impacto negativo do projeto no sistema viário e problemas no licenciamento ambiental da obra, principalmente por conta de um córrego no terreno. Procurado pelo Broadcast, entretanto, o Ministério Público preferiu não comentar.
Desde então, houve uma paralisação no desenvolvimento do Parque Global, incluindo a busca por aprovações do shopping e do centro comercial. No entanto, em agosto, a Bueno Netto obteve decisões judiciais para que prossiga com os processos de aprovação do shopping e das torres comerciais previstas para o Parque Global.
“Daqui a pouco, vou ter a aprovação das três fases do projeto, mas ainda preciso solucionar essa ação na justiça antes de pensar em outras obras”, afirmou o controlador do Grupo Bueno Netto, Adalberto Bueno Netto. O executivo contou que espera receber as aprovações necessárias para construir o shopping em até quatro meses, mas ainda não há previsão de lançamento para o empreendimento ou para as torres comerciais.
“Vamos lançar quando o momento for correto. Ninguém é louco de iniciar um projeto deste tamanho nesse ambiente de incerteza econômica e política”, acrescentou. De acordo com comentários de executivos da empresa no ano passado, a previsão era de que as obras começassem em 2015 e a abertura ocorresse por volta do fim de 2017.
Conforme o acordo firmado pelas empresas, o Bueno Netto, que é dono do terreno, ficará com fatia de 40% do shopping, enquanto a Multiplan será sócia majoritária, com os 60% restantes. Em nota enviada ao Broadcast, a Multiplan disse que vem acompanhando os desdobramentos do processo judicial conduzido pela Bueno Netto. Frente ao impasse, no entanto, a empresa informou que não foi iniciada nenhuma negociação com lojistas até o momento.
Torres residenciais
Nos próximos meses, o controlador do Grupo Bueno Netto, Adalberto Bueno Netto, acredita que também conseguirá solucionar a questão judicial dos prédios residenciais. O executivo e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) ressaltam que a etapa residencial do Parque Global foi acompanhada até seu lançamento pelo próprio Ministério Público, o que culminou em 2008 no aval das autoridades, concedido por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
“O projeto foi aprovado por mais de 10 autarquias e assinados por mais de 60 técnicos. Bastou uma opinião contrária e o projeto foi interditado. É muita insegurança jurídica”, afirmou o controlador do grupo. A Cetesb ressaltou que analisou de maneira devida e criteriosa o procedimento relativo ao gerenciamento de áreas contaminadas. A entidade “apresentou contestação pormenorizada a cada um dos itens relacionados às ‘ditas’ irregularidades” e informou que o corpo d’água no terreno já fora há muito tempo canalizado.
A expectativa da empresa é que o impasse na justiça seja resolvido em breve, liberando o desenvolvimento do projeto que está parado há mais de um ano. Caso as dificuldades se prolonguem, Adalberto Bueno Netto disse que conversará com sócios na parte residencial do empreendimento, o norte-americano Related Group, de modo a oferecer soluções que garantam direitos dos clientes.
De acordo com o Bueno Netto, foram comercializadas mais de 300 unidades de um total de 352 imóveis nas três torres residenciais lançadas no final de 2013. O Valor Geral de Vendas (VGV) das unidades comercializadas soma aproximadamente R$ 600 milhões. A parte que já foi paga pelos clientes deverá ser corrigida no caso de ressarcimento.
Além das perdas com as vendas, o prejuízo hoje chegaria a cerca de R$ 200 milhões, incluindo as obras, as ações de lançamento e despesas decorrentes da suspensão das obras. O ponto central desse montante foi a necessidade de encerrar o vínculo empregatício com 700 pessoas, por conta do processo judicial. A ideia inicial era investir um total de R$ 1,3 bilhão no setor residencial, incluindo a participação de parceiros.
Outros projetos
Enquanto busca resolver a questão do Parque Global, o grupo Bueno Netto tem trabalhado em novos empreendimentos residenciais, principalmente nos segmentos de habitação popular e alto luxo. Entre as iniciativas recentes, a empresa firmou uma parceria com a Gafisa para o lançamento de um conjunto de torres na Barra Funda.
De acordo com Luciano Amaral, diretor de incorporação da Benx, braço residencial do grupo, o projeto voltado para baixa renda tem VGV total de R$ 500 milhões, que será dividido em diferentes fases de lançamentos. Na primeira, em 2015, serão comercializados cerca de R$ 150 milhões em VGV, ao passo que o restante será lançado nos próximos anos.
O executivo contou ainda que, entre novos projetos neste ano, há outro de habitação popular e dois de alto luxo. A ideia inicial da empresa era lançar mais projetos em 2015, contudo diante da crise no setor, decidiu-se seguir um caminho mais cauteloso e seletivo. “O planejamento anterior era de ter o dobro de empreendimentos, mas temos flexibilidade para lançamentos, pois não há tanta pressão de crescimento como no caso de empresas de capital aberto”, acrescentou o executivo. (Lucas Hirata)