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02/03/2012Correntistas do Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander já têm à disposição, desde ontem, linhas de crédito específicas para receber antecipadamente o dinheiro da restituição do Imposto de Renda. Os clientes da Caixa Econômica Federal e do HSBC só vão ter acesso a produto a partir do dia 5.
Apesar de parecer uma boa opção, afinal é possível ter acesso ao dinheiro que será recebido só a partir de junho, é impreterível refletir antes de tomar o crédito. “Primeiro, o consumidor precisa entender que é um financiamento como outro qualquer, o banco vai emprestar o dinheiro que deverá ser devolvido depois, além dos encargos”, comenta o professor de Finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas), de São Paulo, e da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) Fábio Gallo.
O professor aconselha usar a modalidade apenas nos casos de endividamento, quando o consumidor está devendo no cartão de crédito e cheque especial, que são os meios de pagamento que mais oneram o bolso do consumidor. Segundo pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade) de janeiro, as duas modalidades registraram juros de 10,69 e 8,34% respectivamente.
Por outro, os seis maiores bancos brasileiros cobram taxas de juros mais baratas dos clientes que querem embolsar, o quanto antes, a restituição do IR. Os custos variam de 2,3% a 3% ao mês, com exceção da Caixa, que ainda não definiu a taxa do empréstimo.
Mas é importante que o tomador do empréstimo pesquise os custos antes, até porque é possível encontrar opções mais baratas, como é o caso do crédito consignado – quando a parcela da dívida é descontada diretamente na folha de pagamento – que tem taxa média de juro de 2% ao mês. “Não dá, por exemplo, para antecipar o dinheiro com o objetivo de fazer uma viagem”, aconselha Gallo.
CONFIANÇA – Especialistas lembram que o banco tem uma garantia a mais que o dinheiro da restituição será devolvido. Até porque, todos exigem que o correntista interessado no crédito envie à instituição o recibo da declaração de Imposto de Renda onde consta o valor provável que será devolvido pela Receita. No caso do Itaú, os clientes que receberam a restituição no ano passado já têm a linha de crédito pré-aprovada e que pode ser contratada até mesmo por meio do caixa eletrônico e internet.
“Para os bancos é quase uma garantia de que receberá o dinheiro. Além de ser feita uma avaliação de risco do cliente, é analisado o histórico da sua conta e movimentação financeira, a instituição tem uma base estatística, sabe qual é a porcentagem de pessoas que caem na malha fina. É um risco calculado”, diz o professor de Economia da FGV, de São Paulo, Samy Dana.
De acordo com dados da Receita Federal, apenas 2,4% dos contribuintes que enviaram a declaração em 2011 (ou 569.671) caíram na malha fina – excelente referência para os bancos.
NÚMEROS – A maratona para entregar a declaração do Imposto de Renda, relativa ao ano de 2011, começou ontem. De acordo com informações da Receita Federal, até as 18h de ontem 208.328 contribuintes tinham enviado o documento. A expectativa é que 25 milhões de declarações sejam entregues em 2012.
Débito é pago no mesmo dia da entrega da restituição
A quantia máxima que os bancos emprestam para o cliente que optar pela antecipação da restituição do Imposto de Renda varia de um banco para outro. Na Caixa Econômica, por exemplo, vai de R$ 610 a R$ 30 mil. De qualquer forma, os bancos chegam a oferecer entre 80% e 100% do provável valor que será restituído pelo correntista.
O cliente precisa fornecer à Receita a conta-corrente do banco onde foi solicitado o empréstimo. Isso porque as instituições têm como prática debitar o valor devido na data de recebimento da restituição. Caso contrário, há um prazo limite para saldar a dívida. No entanto, se na entrega do lote o cliente receber um valor menor do que o informado no recibo da declaração, ou não embolsar nada, ele terá que arcar com o restante da dívida.
http://www.dgabc.com.br/News/5944803/antecipar-restituicao-apenas-em-ultimo-caso.aspx