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26/03/2012Juros altos e inclusão de serviços não contratados figuram entre as principais práticas abusivas do setor
As reclamações envolvendo cartões de crédito estão no topo do ranking do Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Desde o início do ano, cerca de 1.180 consumidores já procuraram o órgão para reclamar de alguma prática abusiva envolvendo o setor. Em 2011, as queixas contra os serviços prestados pelas administradoras de cartões cresceram 36% frente a 2010, totalizando 4.533 registros. A maior parte refere-se aos altos juros praticados e à imposição de serviços não contratados.
Com o bom momento da economia e a expansão do crédito, os cartões ficaram mais acessíveis a grande parte da população, mas esse movimento não foi acompanhado de uma educação financeira. Por isso, muitas vezes os consumidores se deixam levar pelos apelos promocionais das administradoras e não observam os custos das operações.
De acordo com a assistente jurídica do Procon da Assembleia Fabiana Bahia Dias, grande parte dos casos que chegam ao órgão é de pessoas tentando renegociar a dívida acumulada em consequência dos altos juros cobrados. As pessoas não podem cair no crédito rotativo. Se o consumidor perceber que não conseguirá pagar a fatura por completo, ele deve procurar a empresa e o Procon, afirma.
Outra orientação é nunca emprestar o cartão para terceiros. Foi o caso do aposentado Oliveira Ferreira de Rezende, que permitiu que um parente realizasse compras com o seu cartão. Como mudou de endereço, as faturas com os débitos do cartão do aposentado chegaram no endereço antigo. Só agora, ele soube da dívida. Quem cai nessa está perdido porque os juros são muito altos. São dois bancos e ainda nem sei quando devo, diz.
Na lista de reclamações do Procon também constam reclamações sobre a cobrança de seguros ou títulos de capitalização que não foram solicitados pelos clientes, taxas de anuidade que aumentam de forma significativa de um ano para o outro e o envio de cartões sem a solicitação dos clientes.
Segundo o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira, incluir serviços e enviar cartões sem o consentimento do cliente é proibido, mas as empresas realizam essas práticas porque vale a pena correr o risco para ampliar a base de contribuição.
Segundo estimativas da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), o Brasil fechou o ano passado com cerca de 687 milhões de cartões em circulação. (Hoje em Dia)