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09/09/2012Duas mulheres entraram na Justiça contra assédio moral no trabalho. Uma ouvia piadas com apelo sexual e a outra era criticada pelo excesso de peso.
Veruska DonatoSão Paulo, SP
O assédio moral começa como uma brincadeira. “Fez um desenho de um elefantinho e colocou no banheiro. Era um banheiro comunitário para mais de cem pessoas”, conta Camila dos Santos, telefonista.
Camila não gostou da brincadeira, avisou os superiores e pediu para que parassem, mas não adiantou. Ela ficou deprimida e pediu demissão. “Não é de hoje que sou gordinha, só que chega um ponto que explode. Cheguei ao meu limite”.
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Outra mulher também chegou ao limite no trabalho. “Chamava de vovó delícia, que tinha vovó delícia dentro do emprego. Na frente dos funcionários e certa vez na frente do cliente”.
As duas foram vítimas de assédio moral, quando um dano à personalidade é praticado no ambiente de trabalho, por superiores ou colegas. “Não tentou mais nada. Era esse tipo de falar que me incomodava. Eu não tinha mais vontade de trabalhar, só tinha vontade de ir embora”.
Quem sofre assédio moral tem outros caminhos antes de ir à Justiça. Pode procurar o sindicato da categoria, o Ministério do Trabalho ou a própria empresa, uma diretoria, o recursos humanos, mas em todos os casos quem acusa tem que ter provas materiais do assédio.
Gravações em áudio e vídeo nem sempre são aceitas pela Justiça. “Existem juízes que aceitam e outros que não aceitam. A melhor forma de provar é por meio de testemunha, se existir prova e-mail ou confissão de documento. Existem vários meios: mais aceitos são a prova testemunhas e documental”, explica Ricardo Zilig Matias, advogado trabalhista.
As funcionárias que processaram as empresas foram indenizadas, mas para elas o mais importante foi a sensação de justiça feita.
A telefonista assediada fez um acordo com a empresa e recebeu R$ 8 mil de indenização. A outra funcionária recebeu R$ 15 mil.